sábado, 19 de setembro de 2009

Leandro Sapucahy "Sambista Com Mentalidade Hip Hop"



A música entrou na vida de Leandro Sapucahy

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meio de brincadeira, e, desde muito criança, os instrumentos viraram brinquedos e, dos brinquedos fazia instrumentos, tirando som de tudo.

- Minha mãe cantava em casa o dia todo, tem um repertório enorme, popularzão, tipo Rádio Nacional, muita afinação e swing. Meu pai era mais bossa-novista - João Gilberto, Leny Andrade...

Já adolescente, foi apresentar-se profissionalmente, o que fez com que seu repertório aumentasse.

- Precisava conhecer mais estilos e enveredei pela MPB, pelo rock... Tocava até aquilo de que eu não gostava muito. Vários fatores começaram a me puxar para a percussão e para a música. Tinha um bloco carnavalesco que ensaiava perto da minha casa, por exemplo - conta.

Daí para o trabalho profissional em estúdio foi um pulo. E que pulo. Leandro Sapucahy deixou sua marca em vários discos de samba, como músico e muitas vezes como produtor.

- Comecei como assistente de produção de grandes profissionais como Alceu Maia e Bira Hawaii e com eles aprendi muita coisa, mas muita mesmo.

Como muitos artistas contemporâneos, Leandro tem promovido a fusão de diferentes gêneros musicais em um mesmo trabalho. Seus discos mesclam elementos do samba, com hip hop e rap. Em ‘Cotidiano’, além de inovar na linguagem, introduzindo o vocabulário do dia-a-dia duro das favelas cariocas no samba, aproximou também o ritmo do funk e do hip hop, numa espécie de contramão do trabalho de Marcelo D2 (com quem, por sinal, dividiu os vocais no hit ‘Numa Cidade Muito Longe Daqui’). Para o Favela Brasil, trouxe MC Marcinho e Marechal. Contudo, faz questão de se dizer sambista.

- Eu considero os meus discos de samba, mas não acho que esses rótulos aumentem ou diminuam a qualidade de um trabalho. O funk e o samba são a diversão do pobre. Por mais que sejam contra, essas duas culturas andam juntas.

Seu primeiro CD, “Cotidiano”, trouxe participações de bambas como Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz e do chapa Marcelo D2. O disco reuniu músicas que ele foi juntando aos poucos, sem pressa, conduzido por uma idéia-fixa-quase-missão: qualidade e a capacidade de satisfazer a si mesmo.

- Como produtor, sempre recebi muito material dos compositores. O que não ia servindo para o mercado, eu ia separando. Aos poucos, juntei coisas. Resolvi fazer o meu disco sem pressão. Meu intuito foi criar algo que as pessoas ouvissem e não considerassem parecido com nada do que já está por aí. Isso sem no entanto deixar de lado uma boa linguagem e uma melodia bonita - explica Sapucahy.

Em 2008.....

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Leandro Sapucahy tinha um novo CD, prontinho. O problema é que ele não estava pronto para lançá-lo. Achava que ‘Cotidiano’, seu álbum de estréia como cantor e compositor, ainda merecia um ponto final. Contra a vontade da gravadora, arquivou o tal disco novo, e investiu na realização de ‘Favela Brasil’ (Warner), uma versão em 3-D do trabalho anterior.

- Não queria ir adiante sem esse registro ao vivo.Chamei meus amigos favelados para coroar este disco. Foram eles que abraçaram minha música - agradece Leandro.

Faltava, no seu entender, “coroar”um trabalho, fechar um ciclo. E assim nasceu Favela Brasil, o celebrado DVD, ambientado numa inacreditável favela, “plantada” na Fundição Progresso. Leandro diz que fez ‘Favela Brasil’ para combater preconceitos e rótulos como o da ‘cidade partida’.

- No Rio não tem isso. Quase todos os presos do Rio têm visual igual ao meu, cabelo curto e tatuagem. Mas não dá para rotular ninguém. A diferença entre eles e eu é que tive, e agarrei, oportunidades - diz.

Leandro insistiu na idéia de dar à luz um trabalho que por um lado celebrasse o talento de compositores-referência e, por outro, fosse diferente de tudo que há no mercado.

- Resolvi fazer um disco por prazer. Meu trabalho é centralizado no samba, mas é pesado, chega perto do rap. Eu não sou mergulhado na política, mas passei a prestar atenção no comportamento da classe política. É um disco que fala sobre corrupção, balas perdidas. Mas também fala sobre esperança e família - explica.

Ao fazer músicas, ele se posiciona de uma maneira muito própria.

- Quero espetar. E quero que os espetados me ouçam. Me posiciono como povo, mas aproveito o lugar onde estou para mandar mensagens. Não vou no óbvio, nunca. Sempre fui do contra, desde moleque. Além disso, quero resgatar bons autores. Isso vai ser bom para o samba - prega.

Paralelamente à carreira de cantor, Leandro continua produzindo. Saem do forno nos próximos meses os CDs de Aline Calixto e do AfroSamba, grupo de samba ligado ao AfroReggae. Recentemente, carimbou o CD de Arlindo Cruz, indicado ao Prêmio TIM.

- Por enquanto estou conseguindo. Não é muito simples, mas quando a gente gosta do que faz, tudo fica mais fácil.

Leandro está tão longe do samba que cultua ícones como Noel Rosa quanto do pagode romântico que produziu por anos.

- Cansei de me irritar. Achei que ia mudar o mundo, ia ser o Quincy Jones do pagode, mas os moleques e a gravadora só queriam saber da grana - lamenta.

Ele também não se vê na noite interpretando Cartola.

- Cartola é ótimo, mas você tem que fazer sua história. Quem canta música dos outros faz baile, não dá show. Esses sambistas de apostila, ‘autoridades’, não sabem dar ‘sacode’ em Caxias - desafia.

As letras politizadas que escolhe para cantar são seu principal ponto de conexão com o público. Das músicas novas, ‘Fui Bandido’ e ‘Bicho Solto’ aprofundam sua verve de denúncia social.

- Vou continuar fazendo minha música. Eu canto para quem quer me ouvir. Como disse o Seu Jorge, ‘a gente não quer ter um sucesso, quer fazer uma discografia - cita.

Além de um disco dedicado ao repertório do ídolo Roberto Ribeiro, que gosta de imitar às vezes, Leandro planeja algo em torno do samba-canção, cujo título será Malandro também ama.

Videos

Leandro Sapucahy e Marcelo D2- Numa Cidade Muito Longe Daqui


Insensato Destino - Leandro Sapucahy



Leandro Sapucahy fala sobre sua carreira e discos - Showlivre.com



Leandro Sapucahy - Sem Censura (Parte 1)



Leandro Sapucahy - Sem Censura (Parte 2)




Leandro Sapucahy – Cotidiano


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Leandro Sapucahy, um dos importantes nomes da nova geração do pagode nacional, é responsável pelo enorme sucesso comercial de muitos grupos desse estilo. Esse produtor musical é considerado um renovador do Samba e reúne, nesse CD, grandes artistas, como Arlindo Cruz, Zeca Pagodinho e Marcelo D2. Simplesmente contagiante!

1. Tá Tranquilo Shock
2. Numa Cidade Muito Longe Daqui (polícia e Bandido) Part. Especial Marcelo D2
3. Pancadaria
4. Ainda Vou Ler nos Jornais Part. Especial: Crianças do Chapéu Mangueira
5. S.o.s.
6. Bala Perdida Part. Especial Zeca Pagodinho
7. Pai Part. Especial :leozinho Sapucahy e Laerte Sapucahy
8. Mão Amiga
9. Do Bem
10. Feito Trapo
11. Favela Part. Especial Arlindo Cruz
12. A Lábia do Zé
13. Comunidade Carente
14. Um Dia a Casa Cai

Pra Ouvir Antes Clique Aqui

Download

Leandro_Sapucahy-Cotidiano-2006


Site Oficial

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