terça-feira, 26 de maio de 2009

Etrevista Com Grupo Pentagono "By RapNacioanal".




O primeiro grupo convidado foi o Pentágono, um grupo de rap paulistano que surgiu em 2001. Com dois cds lançados “ Microfonicamente Dizendo” e “Natural”o grupo é consagrado pelas suas misturas de levadas, onde fazem uma miscelânea de ritmos dando vida à um Rap inovador e original. Outra marca do Pentagono é o profissionalismo com que lidam com as produções musicais, shows e tudo que envolva o rap.

Conheça Pentagono!!

O Rap

Nome dos integrantes, Vulgo e Idade?

Cristiano Dj Kiko (36), Paulo M.Sário(26), Israel - Rael da Rima(26), Alan Apolo(25) e Wagner Massao(28).

Explicação para o nome do Grupo?

Pentágono é uma figura geométrica de cinco lados, por isso, escolhemos esse nome, pois são cinco visões, cinco formas diferentes de ser relacionar com a música – mas no final achamos um ponto em comum - rap.

Todos do Grupo conseguem viver de Música? Se não, qual a profissão?

Essa é a idéia, mas sabemos o quanto é difícil principalmente no Brasil sobreviver da música, mas essa é nossa vida, nosso foco e nosso trabalho. Todos nós trabalhamos com a música, não somente cantando/rimando, mas também produzindo batidas e organizando eventos.

5 MCs, o Dj e demais pessoas que fazem parte do grupo. Como é a convivência? Acontece Brigas, ou conseguem levar na moral?

Agora estamos com outra formação, somos quatro mc’s e um dj mais a equipe de apoio – 1 produtor, 1 roddie e 1 técnico de som. Brigas acontecem, mas encaramos numa boa, hoje temos maturidade o bastante para lidar com as situações que acontecem no decorrer da caminhada.

Quais as principais influências dentro e fora do Rap?

Temos bastante influências pessoais diversas, porém muitas em comum que vão de Paulo Diniz a Shuggie Ottis, Vanessa da Mata a Dina Di, de Rzo a Bob Marley.

No cenário Rap quem vocês destacaram no momento? E em outros estilos musicais quais seriam os destaques atuais?

Gutierrez, Akira Presidente, Gueto Organizado, Curumim, Céu, 100kaô, Rincom Sapiência, O Rappa, Kamau, Emicida, Flora Matos, Parteum, Ponto de Equilíbrio, Leninne.

O Pentagono sempre mescla ritmos, onde começou este gosto pelas experimentações sonoras?

Gostamos de diferentes gêneros da música, isso facilita essa mistura. Procuramos utilizar esse recurso da melhor maneira possível, não basta somente querer misturar, tem que estudar os caminhos para que essa junção de ritmos não soe estranha. E, estamos nesse caminho, experimentando novas referencias e novas misturas.

O Pentagono é um grupo bem livre na questão letras e melodias, seguem a linha de fazer músicas que falam de amor, liberdade, musicas dançantes, mas sem perder a originalidade. Vocês acreditam que a “velha formula” de falar somente dos problemas está ultrapassada?

Não! O que chamam de “velha forma” é a atual. E é a que usamos, porém, da nossa maneira com nossas verdades, nossos sonhos e nossos problemas.

Qual o som do Pentagono que vocês mais gostam e qual menos gostam?

Gostamos e acreditamos em todas nossas músicas, mas sabemos que o publico tem suas preferências e, nós nos baseamos nisso para fazermos nosso repertorio.

Qual a maior dificuldade em fazer o vídeo clipe “ É o moio”?

A dificuldade foi conseguir o recurso para que o projeto fosse realizado. A partir do momento que a música já estava escolhida e o roteiro escrito por Pedro Gomes que é o diretor do vídeo-clipe. Após superar essa dificuldade tudo fluiu com naturalidade.

Pretendem gravar um DVD?

Sim! Já estamos trabalhando nisso, temos convicção de que entre esse álbum “Natural” e o próximo devemos lançar um DVD.

Onde está o Pentagono hoje e onde vocês pretendem chegar?

Estamos no nosso lugar físico, emocional e psicologicamente. Sabemos a realidade do rap nacional temos muitos objetivos quanto a isso, mas com a certeza de que queremos chegar onde nossa música puder nos levar.

Além do Rap.

Gostam de ler? Qual o ultimo livro que leram, ou que estão lendo?

Massao: Sim, o ultimo livro que eu li foi “O vendedor de Sonhos” de Augusto Cury, estou lendo “Super Tnt” de Harold Sherman. E costumamos fazer um rodízio cultural entre nós – um vai indicando (filmes, livros, musicas) aos outros.

Qual o ultimo filme que assistiram ?

Ensaio sobre a cegueira, Encontrando Forrest, Clube da luta, A corrente do bem, Perfume de mulher e o Poderoso Chefão.

Alguém do grupo teve oportunidade de fazer faculdade? Se sim, qual curso? Se não, pretendem, qual curso?

Ainda não, mas temos pretensão, quanto ao cursos são diversas as opções pessoais.

O que pensam sobre o sistema de Ações Afirmativas (cotas) nas universidades?

Achamos que o sistemas de cotas deveria ser social ao invés de étnico, mesmo por que vivemos num país miscigenado.

Muito se falou sobre a programação da Virada Cultural não ter dado muito espaço ao Rap, e ter descentralizado as poucas atrações voltadas ao movimento. Qual a opinião do Grupo sobre este fato?

Achamos que essa é uma questão muito importante pra se discutir, houve um incidente na virada cultural envolvendo o rap, mas se vermos friamente esse incidente poderia acontecer com qualquer artista de qualquer gênero, mas é conveniente para o governo manter o rap distante do centro, como vem fazendo há décadas com as pessoas que moram na periferia - distanciando cada vez mais uma possível forma de convívio. Isso também é um reflexo de falta de postura de algumas pessoas que se sujeitam a esse sistema imposto. Achamos que o rap deveria criar uma frente para fazer valer seus direitos dentro da vida cultural da cidade. Sabendo que o hip-hop tem seus maiores acontecimentos no centro da cidade (e isso vem desde a São Bento, Galeria Olido, e as festas clássicas como Class, Central Acústica, Sintonia, Rinha dos Mc’s) e a Virada Cultural também tem seus palcos principais na região central, nada mais justo do que agregar os valores. Porém, como mencionamos esse apartheid vai além do cultural é social.

Em outubro de 2008 vocês foram pra França, fazer shows, palestras e participar de debates. Como foi a experiência?Algum de vocês já havia saído do País?

Foi nossa primeira experiência para fora do pais, tivemos a oportunidade de conhecer outra cultura outro universo e participar de debates, palestras e fizemos oficinas de Hip-Hop. Nos apresentamos em três cidades diferentes da França foi uma experiência bem valiosa pessoal e profissionalmente. Percebemos que os franceses absorvem a cultura de uma forma diferente e periferia é periferia em qualquer lugar, mas convenhamos que no primeiro mundo é diferente. As pessoas com as quais tivemos contato são profissionais que estão basicamente no mesmo nível social que o nosso.

Com a popularização da Internet, este meio passou a ser o principal canal de comunicação do Hip Hop, o Pentagono é um dos grupos de Rap mais antenado as possibilidades que a Internet pode oferecer, mas em contra partida, existe a questão da facilidade de baixar o CD de vocês pela Internet, isso os incomoda?

Achamos que a internet pode levar a música independente onde ela não chagaria devido à nossa (leia-se rap) falta de estrutura. A Internet é uma ferramenta de comunicação monstruosa e tentamos usá-la a nosso favor. Com relação, a venda de cd’s, não nos afeta porque o rap vende pouco, afeta sim “´s grandes artistas”que antes vendiam 1 milhão e hoje vendem 100 mil cópias, por conta dos downloads.

No som “Assim seja” vocês fazem uma declaração à Música, em determinado trecho falam o seguinte “ uma hora você me mata de fome ou de fama”, no Brasil vocês acreditam ser mais fácil um artista “morrer” de fome ou de fama?

O Brasil é um país muito peculiar, morre-se de tudo por aqui. Infelizmente muita gente perece por fome e algumas outras pessoas, por não ter base familiar e educacional, morrem por não saber lidar com suas conquistas.

A cada dia surge um escândalo novo na Política, o ultimo foi o desvio das passagens aéreas feito por alguns Deputados. Com tantos políticos que eram para estar trabalhando pelo povo mas só pensam no próprio lucro, vocês acreditam que o Brasil pode algum dia vir a ser um país com melhores condições de Saúde, Habitação, Educação e Cultura?

Falar de política no Brasil é complicado, porque todos somos políticos, negociamos e fazemos nossas concessões. Mas têm os que fazem bom uso e os que fazem mau uso da política. Primeira observação que fazemos é que não deveríamos ser obrigados a votar, segundo (diretamente ligado à primeira) poucos irmãos lembram em quais vereadores, deputados ou senadores votaram. Tudo o que sai da mais alta esfera tem de ser necessariamente aprovado por esses aí, que sequer lembramos seus nomes, ou seja, existe uma mea-culpa entre eles e nós. Precisamos estar atentos a isso.

A assembléia legislativa aprovou um projeto de lei que autoriza o Executivo a criar uma editora publica estadual para publicar e divulgar obras de escritores e poetas que não tenham condições financeiras para isso. Vocês acreditam que no caso da Música seria importante termos uma gravadora publica? O Rap seria contemplado com este feito?

Sabemos qual a opinião dos governantes em ralação ao rap, isso é uma utopia. E, acontecendo de fato, sabemos como funcionam os órgãos públicos brasileiros. Quem seria contemplado com isso?

A música tem grande poder de conscientização; além de conscientizar através da música, vocês participam de algum projeto social ou cultural?

Nesse momento nossa participação esta totalmente voltada para a musica e suas vertentes de atuação.

Deixem um Salve para todos os internautas que acessam o Portal Rap Nacional.

Pentágono deixa um salve para familiares, amigos, colaboradores e a todos amantes do rap.

Se quiserem conhecer mais sobre o grupo Pentagono acessem os Links relacionados.

Myspace: http://www.myspace.com/pentagono5

site: www.eomoio.com.br

Orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=497746

Blog: http://mtv.uol.com.br/pentagono/blog

Entrevista: Crstiane Oliveira - www.rapnacional.com.br

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