Sandro Black é um dos nomes mais sonantes do Ragga/Dancehall Brasileiro. Começou como cantor de rap/rock, mas depressa percebeu que o Ragga era aquilo que queria fazer. Sempre humilde e simpático, ele aceitou participar nesta entrevista e partilhar com vocês toda a sua trajectória.
Andreia - Começaste como cantor numa banda de Rock/Rap. Hoje em dia és um dos maiores cantores de Ragga. Porquê essa mudança de estilo?
Pra mim trata-se de evolução. Na verdade desde quando eu participava da banda de rock/rap o meu vocal já tinha uma influência ragga, só que naquela época eu não conhecia muita coisa desse estilo por falta de acesso mesmo, rap era o que eu mais ouvia. Minha influência aumentou de acordo com o meu conhecimento até que chegou o ponto em que eu decidi fazer ragga/dancehall. Repetindo, evolução!
Andreia e Anderson - Como e Quando foi seu primeiro contato com o DanceHall/Ragga? Que importancia teve Jimmy Luv e o grupo Enganjaduz no inicio da tua carreira?
Os primeiros caras que eu ouvi cantando ragga/dancehall foram o Buju Banton e o Shabba Ranks, na primeira metade da década de 90. Quanto à importância do Enganjaduz, foi com o grupo o meu primeiro contato com públicos maiores, foi como um estágio, ótima experiência. Já o Jimmy é bem mais do que isso, somos amigos de verdade. Ele desde sempre deu a maior força para eu seguir em frente com a música. Foi ele quem gravou e mixou quase todo meu primeiro álbum “Sem Compromisso”, com exceção de algumas faixas com participações!
Anderson - Sandro Black..eu ja ouvi fala muito q ragga um ritmo q exculha as minas..sempre sao musicas de duplo sentido e alguns tem conteudo "explicito".O Ragga é uma Ritmo Sexual ou Sensual?
O ragga/dancehall é música, logo uma arte e sendo assim não tem muitas regras. Pode falar sobre tudo, diversão (festa, sexo), problemas sociais (violência, corrupção) e tudo mais que inspire o artista na hora de escrever!
Andreia - No Brasil músicas como sem compromisso são bem aceites pelas mulheres. Nao tens receio que fora do Brasil, em Portugal por exemplo, que é um pais menos liberal, essas musicas sejam mal entendidas?
Na verdade eu tive receio quanto à aceitação dessa música desde que a escrevi, não pelo fato do país ser liberal ou conservador, mas pela hipocrisia das pessoas. Mas se foi bem aceita aqui acho que não haverá problemas em outros países!
Anderson - Como Voce Analisa a Cena Ragga No Brasil.Voce Acha q Ela Pode Atingir pelo menos o mesmo patamar do Rap?
A cena ainda é muito underground, pouquíssimas pessoas sabem do que se trata. Quanto à atingir maiores patamares, quem é envolvido assim como eu trabalha todos os dias pra isso!
Andreia - Poucas editoras ou casas de shows contratam músicos de Dancehall. Muitos músicos chegam a desistir. Tu és dos poucos que ficaste. Achas que artistas como tu, que tem essa paixão pelo dancehall, estão a abrir portas para uma nova geração de cantores?
O principal objetivo é abrir as portas pra nós mesmos (risos). Mas acho que acabamos influenciando gerações posteriores à nossa e isso é muito bom para expandir cada vez mais a cena!
Anderson - Eu fiz esta msm pergunta pro Jimmy Luv...vo fazer pra vc tambem...eu Baixei a "Mixtape Ragga Ragga Ragga 2009" fui ouvi imaginando q a "vibe" do ritmo seria igual ao q eu ouvi aqui no brasil e antigamente....mas me parecia uma mixtape de rap..as produçoes ragga tinham mais elementos do rap...do do dancehall em si. Esta é a tendencia do Ragga cada Vez mais se assemelha ao rap ou é uma caracterista da mixtape ?
Nossa! Eu escuto tanta mixtape e quando fazemos o download todas vem como nomes parecidos, RAGGA RAGGA 2009, REGGAE RAGGA 2009, REGGAE RAGGA DANCEHALL 2009...enfim, não lembro agora de qual mixtape se trata, quais as músicas, quais artistas participam, como foi produzida, essas coisas. Mas posso responder com a mesma segurança e fidedignidade. É uma característica da mixtape, até porque ragga é a forma de cantar que, a propósito, fica bem em cima de qualquer base inclusive de rap/hip-hop. Dancehall é a batida mais dançante na qual costumamos fazer nossas músicas. Sempre encontramos produções que fazem essa mistura. Mas não acho que há essa tendência de assemelhar-se, até porque se houvesse seria o contrário, o rap assemelhar-se ao ragga, já que o ragga surgiu antes!
Andreia - Em breve estás ai com um novo álbum. Conta-me um pouco + sobre ele. Será diferente do sem compromisso? Participações, estilo...
A tendência é evoluir sempre, logo acho que o próximo será melhor do que o primeiro. Estamos sempre nos aprimorando no que fazemos e por esse motivo minhas letras são mais bem elaboradas, estou cantando melhor também, enfim, a qualidade de toda produção evoluiu. Quanto às participações, não quero estragar a surpresa (risos). O que posso garantir é que a vibe será tão pra cima quanto a do primeiro!
Andreia - Esse álbum estará à venda online? Essa iniciativa é para chegar a um público maior, fora do Brasil?
Ainda não sei como será o lançamento, divulgação, essas coisas. Mas, com certeza, disponibilizarei algumas faixas para download sempre com a intenção de atingir o maior público possível!
Andreia - Gostarias de levar a tua música a outros países de lingua Portuguesa?
Claaaro. E aos de outras línguas também!
Andreia - Vou-te fazer uma pergunta que muita gente tem curiosidade de saber sobre os cantores de musica reggae. A maconha é muito usada por cantores reggae. Tu és a favor da liberização da maconha?
Sou, claro. Porque no Brasil, por exemplo, onde qualquer criança tem fácil acesso ao álcool e ao tabaco, a maconha não é o problema. O verdadeiro problema, por mais monótono e repetitivo que esse papo pareça é a falta de acesso dos menos privilegiados à educação e cultura!
Anderson - Indique ai Pra Nos Uns grupos de ragga loko pra rapa conhecer?
Taí alguns cantores:
Bounty Killer, Elephant Man, Shabba Ranks, Buju Banton, Bling Dawg, Spragga Benz, Red Rat, Buccaneer, Assassin, Burro Banton, Kafu Banton, Lady Saw, Macka Diamond...
Além dos brasileiros:
Jimmy Luv, Arcanjo Ras, Sacal, Ms. Ivy, Pump Killa e esse que vos escreve, SANDRO BLACK!!!(risos)
Andreia - Deixa um recado especial pra todos os leitores e futuros fãs de Sandro Black.
Não só para os fãs do Sandro Black mas para todos aqueles que gostam de ragga/dancehall o recado que deixo é que continuem escutando, entrando no myspace dos artistas, acompanhando as novidades, lendo as entrevistas, enfim, continuem contribuindo para o fortalecimento da cena. Quero também agradecer pela entrevista e espero que tenham gostado!
BIG UP!!!
Pra mim trata-se de evolução. Na verdade desde quando eu participava da banda de rock/rap o meu vocal já tinha uma influência ragga, só que naquela época eu não conhecia muita coisa desse estilo por falta de acesso mesmo, rap era o que eu mais ouvia. Minha influência aumentou de acordo com o meu conhecimento até que chegou o ponto em que eu decidi fazer ragga/dancehall. Repetindo, evolução!
Andreia e Anderson - Como e Quando foi seu primeiro contato com o DanceHall/Ragga? Que importancia teve Jimmy Luv e o grupo Enganjaduz no inicio da tua carreira?
Os primeiros caras que eu ouvi cantando ragga/dancehall foram o Buju Banton e o Shabba Ranks, na primeira metade da década de 90. Quanto à importância do Enganjaduz, foi com o grupo o meu primeiro contato com públicos maiores, foi como um estágio, ótima experiência. Já o Jimmy é bem mais do que isso, somos amigos de verdade. Ele desde sempre deu a maior força para eu seguir em frente com a música. Foi ele quem gravou e mixou quase todo meu primeiro álbum “Sem Compromisso”, com exceção de algumas faixas com participações!
Anderson - Sandro Black..eu ja ouvi fala muito q ragga um ritmo q exculha as minas..sempre sao musicas de duplo sentido e alguns tem conteudo "explicito".O Ragga é uma Ritmo Sexual ou Sensual?
O ragga/dancehall é música, logo uma arte e sendo assim não tem muitas regras. Pode falar sobre tudo, diversão (festa, sexo), problemas sociais (violência, corrupção) e tudo mais que inspire o artista na hora de escrever!
Andreia - No Brasil músicas como sem compromisso são bem aceites pelas mulheres. Nao tens receio que fora do Brasil, em Portugal por exemplo, que é um pais menos liberal, essas musicas sejam mal entendidas?
Na verdade eu tive receio quanto à aceitação dessa música desde que a escrevi, não pelo fato do país ser liberal ou conservador, mas pela hipocrisia das pessoas. Mas se foi bem aceita aqui acho que não haverá problemas em outros países!
Anderson - Como Voce Analisa a Cena Ragga No Brasil.Voce Acha q Ela Pode Atingir pelo menos o mesmo patamar do Rap?
A cena ainda é muito underground, pouquíssimas pessoas sabem do que se trata. Quanto à atingir maiores patamares, quem é envolvido assim como eu trabalha todos os dias pra isso!
Andreia - Poucas editoras ou casas de shows contratam músicos de Dancehall. Muitos músicos chegam a desistir. Tu és dos poucos que ficaste. Achas que artistas como tu, que tem essa paixão pelo dancehall, estão a abrir portas para uma nova geração de cantores?
O principal objetivo é abrir as portas pra nós mesmos (risos). Mas acho que acabamos influenciando gerações posteriores à nossa e isso é muito bom para expandir cada vez mais a cena!
Anderson - Eu fiz esta msm pergunta pro Jimmy Luv...vo fazer pra vc tambem...eu Baixei a "Mixtape Ragga Ragga Ragga 2009" fui ouvi imaginando q a "vibe" do ritmo seria igual ao q eu ouvi aqui no brasil e antigamente....mas me parecia uma mixtape de rap..as produçoes ragga tinham mais elementos do rap...do do dancehall em si. Esta é a tendencia do Ragga cada Vez mais se assemelha ao rap ou é uma caracterista da mixtape ?
Nossa! Eu escuto tanta mixtape e quando fazemos o download todas vem como nomes parecidos, RAGGA RAGGA 2009, REGGAE RAGGA 2009, REGGAE RAGGA DANCEHALL 2009...enfim, não lembro agora de qual mixtape se trata, quais as músicas, quais artistas participam, como foi produzida, essas coisas. Mas posso responder com a mesma segurança e fidedignidade. É uma característica da mixtape, até porque ragga é a forma de cantar que, a propósito, fica bem em cima de qualquer base inclusive de rap/hip-hop. Dancehall é a batida mais dançante na qual costumamos fazer nossas músicas. Sempre encontramos produções que fazem essa mistura. Mas não acho que há essa tendência de assemelhar-se, até porque se houvesse seria o contrário, o rap assemelhar-se ao ragga, já que o ragga surgiu antes!
Andreia - Em breve estás ai com um novo álbum. Conta-me um pouco + sobre ele. Será diferente do sem compromisso? Participações, estilo...
A tendência é evoluir sempre, logo acho que o próximo será melhor do que o primeiro. Estamos sempre nos aprimorando no que fazemos e por esse motivo minhas letras são mais bem elaboradas, estou cantando melhor também, enfim, a qualidade de toda produção evoluiu. Quanto às participações, não quero estragar a surpresa (risos). O que posso garantir é que a vibe será tão pra cima quanto a do primeiro!
Andreia - Esse álbum estará à venda online? Essa iniciativa é para chegar a um público maior, fora do Brasil?
Ainda não sei como será o lançamento, divulgação, essas coisas. Mas, com certeza, disponibilizarei algumas faixas para download sempre com a intenção de atingir o maior público possível!
Andreia - Gostarias de levar a tua música a outros países de lingua Portuguesa?
Claaaro. E aos de outras línguas também!
Andreia - Vou-te fazer uma pergunta que muita gente tem curiosidade de saber sobre os cantores de musica reggae. A maconha é muito usada por cantores reggae. Tu és a favor da liberização da maconha?
Sou, claro. Porque no Brasil, por exemplo, onde qualquer criança tem fácil acesso ao álcool e ao tabaco, a maconha não é o problema. O verdadeiro problema, por mais monótono e repetitivo que esse papo pareça é a falta de acesso dos menos privilegiados à educação e cultura!
Anderson - Indique ai Pra Nos Uns grupos de ragga loko pra rapa conhecer?
Taí alguns cantores:
Bounty Killer, Elephant Man, Shabba Ranks, Buju Banton, Bling Dawg, Spragga Benz, Red Rat, Buccaneer, Assassin, Burro Banton, Kafu Banton, Lady Saw, Macka Diamond...
Além dos brasileiros:
Jimmy Luv, Arcanjo Ras, Sacal, Ms. Ivy, Pump Killa e esse que vos escreve, SANDRO BLACK!!!(risos)
Andreia - Deixa um recado especial pra todos os leitores e futuros fãs de Sandro Black.
Não só para os fãs do Sandro Black mas para todos aqueles que gostam de ragga/dancehall o recado que deixo é que continuem escutando, entrando no myspace dos artistas, acompanhando as novidades, lendo as entrevistas, enfim, continuem contribuindo para o fortalecimento da cena. Quero também agradecer pela entrevista e espero que tenham gostado!
BIG UP!!!
Entrevista feita por
Andreia Quaresma blog Curto Circuito
Anderson Thug blog Noticiário Periférico
Andreia Quaresma blog Curto Circuito
Anderson Thug blog Noticiário Periférico
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