quarta-feira, 1 de julho de 2009

HipHop Tuga Underground - Chullage



De origem cabo-verdiana, nasceu Nuno Santos em Lisboa no fim da década de 70 e foi criado nas barracas erguidas nas ruínas do antigo Asilo 28 de Maio, no Monte da Caparica, onde tomou o primeiro contacto com o rap. Passado um período inicial em que se limitava a consumir as propostas que chegavam do outro lado do Atlântico, de França, ou dos bairros por onde ia coabitando com outros MC's e B-Boys, essencialmente, mas também com DJ's e Writers, chegou a hora em que Chullage sentiu ele também o apelo da palavra.

Os primeiros passos foram ainda dados entre os amigos de infância, no Monte da Caparica e, se não tiveram consequências visíveis na projecção de Chullage o artista, foram uma experiencia determinante para a forma como ainda hoje Chullage escreve e entrega as suas rimas bem como para a sua visão e descrição da sociedade. Estávamos no início da década de noventa. Em 1993, muda-se com a sua família, para a Arrentela, no Seixal, onde forma o seu primeiro grupo digno desse nome -187 Squad - e a crew a que ainda pertence, a Red Eyes G.

Em pouco tempo, 187 Squad - que nasce com 11 membros, passa para 4 e acaba com 2 - ganha uma grande reputação nas ruas da Margem Sul e integra o colectivo Máfia Sulleana (constituído por muitos dos melhores mc’s da região e referencias da Historia do Hip Hop). Estes gravam conjuntamente uma maquete que se celebriza no circuito underground e dá muita visibilidade aos 187 Squad. No entanto o percurso atribulado do grupo faz com que, em 97, os 187 Squad se separem não resistindo à vida pessoal e incompatibilidades entre os seus membros.

A partir dai Chullage segue um percurso solo ascendente tornando-se num dos MC's mais consistentes do underground nacional - um dos mais prolíficos também – expondo o seu trabalho de forma regular e selectiva à conquista dum público crescente, com as suas rimas cruas e sem concessões. Neste processo grava “Ciclo Infernal” e “Resistência” na mix-tape “Subterrânea” de D-Mars e afirma-se como um dos grandes valores do Hip Hop feito em Portugal. Depois da participação em várias mix-tapes, lançou o seu primeiro trabalho de originais em Julho de 2001, com selo Lisafonia e distribuição Edel, o álbum “Rapresálias (Sangue Lágrimas Suor)”. 
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Verdadeiro terramoto, este disco, que aliava um forte discurso social e politico a uma invulgar capacidade poética, revolucionou o rap português pela forma como foi editado e distribuído e pelo número de vendas alcançado , tornando-se a primeira edição independente a ultrapassar as 3500 unidades vendidas . Finalmente , um artista do underground conseguia levar o seu trabalho até uma audiência maior . A estreia do teledisco " Rhymeshit Que Abala " nos canais televisivos Sol Música e SIC Radical permitiu igualmente esta maior divulgação . Influenciando todo o resto do movimento hip-hop nacional , este álbum marcou para sempre a historia do rap de Portugal e chegou a ser nomeado para os prémios blitz nas categorias de “Álbum do Ano” e “Artista Revelação do Ano”. 


Passada uma longa época de concertos, Chullage gravou o seu segundo álbum "Rapensar (Passado Presente e Futuro)", lançado a 1 de Abril de 2004 ,com edição e distribuição da Lisafonia . 
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 Este disco duplo , apresentado num digipack espectacular , marca um novo passo em frente na carreira do artista e eleva a fasquia para o resto do hip-hop nacional . Apesar de apresentar alguns problemas na mistura, esgotou em menos de quatro meses as 2000 cópias da 1º edição , e foi lançada uma reedição (que serviu também para corrigir a mistura) com 3 músicas novas e os 2 videoclips “National Ghettographik” e “Ignorância XL” , que surpreenderam os telespectadores da Sol Música , SIC Radical e MTV pela sua qualidade. Rapensar foi eleito o álbum do ano pelos leitores da revista Hip Hop Nation. 

Actualmente Chullage esta a preparar o seu terceiro álbum na Lisafonia, alem dum projecto do spoken word e SoulKrioul (projecto de rap krioulo com Kuasi O.G.). Ao vivo apresenta a sua banda, agenciado pela Magic Music, e como Publisher tem a LX Editora.

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