Preto No Branco é o teu novo álbum. Porquê Preto No Branco?
BOSS AC: As letras são autobiográficas e sinceras, daí o título. E de certa forma “preto no branco” é também pôr os pontos nos is, como quem diz: isto sou eu e esta é a minha música.
Em termos sonoros o hip hop continua a dominar, no entanto há também rock e até fado... Como descreverias o registo?
BOSS AC: Tenho várias influências musicais e não tenho problemas nenhuns em expô-los nas músicas que faço. Obviamente, o Hip Hop é o epicentro mas vou buscar elementos de outros géneros e convidados de outras áreas, para que tragam algo de novo à minha música. Gosto de pensar que fiz um álbum adulto e ecléctico e que é uma evolução natural do álbum anterior.
Preto No Branco conta com um lote de convidados de luxo, de Mariza a Olavo Bilac, sem esquecer TC, Valete os Shout, entre outros. Como surgiram estas colaborações? Há alguma que te tenha marcado especialmente?
BOSS AC: Os convites foram surgindo naturalmente, à medida que as músicas “pediam”. Todos os convidados, sem excepção, contribuíram para que “Preto no Branco” fosse o álbum que é. E agradeço a todos terem partilhado comigo um pouco do seu talento.
Como é que explicas que um artista do reino do hip hop recorra a samples a Vitorino e Ildo Lobo?
BOSS AC: O reaproveitamento dessas faixas e a minha reinterpretação é de certa forma uma homenagem a esses grandes artistas e ao universo da música lusófona. Só assim se poderá falar num “Hip Hop Lusófono”.
O vídeo de ‘Estou Vivo’ começa a rodar em breve na MTV. Queres falar-nos um pouco dessa música e contar-nos como surgiu todo o conceito do vídeo, que foi gravado em Macau?
BOSS AC: Esta música é uma celebração da vida. Uma forma de nos fazer lembrar que temos que dar valor ao que temos, enquanto o temos. Usei um sample duma música chinesa e fazia todo o sentido que o vídeo prolongasse esse ambiente. Até porque é uma música que é de certa forma introspectiva. E quando se pensa em meditar, vem logo à cabeça os monges orientais que meditam nos templos.
Qual foi, até agora, o momento ou momentos mais marcantes da tua carreira?
BOSS AC: Prefiro medir o sucesso pelo que ainda vou fazer, em vez de o medir pelo que já fiz. Obviamente, nestes anos todos tenho momentos muito especiais mas quero acreditar que os melhores ainda estão para vir. Mas posso destacar, por exemplo, ter enchido em nome próprio os dois Coliseus (Lisboa e Porto). É como a entrada na idade adulta (dum artista). Foi muito marcante e para um artista de Hip Hop em Portugal, ainda mais marcante se tornou.
Além promoção do álbum, o que vais andar a fazer nos próximos tempos?
BOSS AC: A prioridade agora é promover este álbum e ir para a estrada cantá-lo ao povo. Tenho alguns planos em vista mas neste momento a prioridade é mesmo “Preto no Branco”.
Entrevista Mtv Portugal
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