segunda-feira, 26 de outubro de 2009

10 Perguntas a ... A.S2, Novo Álbum Quase Nas Ruas




Nascido no Rio de Janeiro, Brasil, A.S2 veio viver para Portugal com somente 8 anos de idade e foi neste país que emergiu a sua empatia com o movimento Hip-Hop. Grupos/Mc's como Gabriel O pEnsador, Da Weasel, Notorious BIG, Tupac Shakur, Public Enemy e Krs-One influenciaram-no a fomentar o desejo de escrever versos na língua portuguesa.

A.S2 integrou vários grupos experimentais a partir de 1998 juntamente com outros Mc's da sua zona.
Proveniente do sul do país, mais precisamente de Quarteira (local este que, a pouco e pouco, vem revelando talentos a nível nacional), A.S2 já esteve envolvido em vários projectos no passado

Encontra-se neste momento a preparar o seu álbum de estreia a solo, que será lançado em 2009 contando com produções de L.V.M (guitarrista dos Expensive Soul) na sua grande maioria, e irá apresentar-se com a participação de uma banda nas actuações ao vivo.

Conta-nos como começaste a tua carreira e quais ou quem foram as tuas influências.


O meu primeiro registo que chegou aos ouvidos das pessoas foi um disco que fiz em colaboração com o Mouska que se intitulou 'Versátile' saiu em 2004. Apesar de ter feito algumas coisas antes disso, considero que foi esse o começo da minha caminhada.

As minhas influências sempre foram muito diversificadas e vão desde a música rap ao rock, ao soul, etc. E como tudo na vida, estão sempre em mutação, tanto posso estar num dia mais inclinado a ouvir drum’n’bass como no dia seguinte a ouvir Djavan. E tudo aquilo que ouvimos influencia-nos, de maneira positiva ou negativa. Quanto a nomes de artistas que me influenciam ou influenciaram: Gabriel O Pensador, Mind Da Gap, The Roots, K-os, Seu Jorge, Hezekiah, Maxwell, etc...

Como artista, o que trazes de novo à música e o que tens de especial para que as pessoas te oiçam?

Ultimamente tenho andado ocupado com a gravação e concepção do meu álbum. E estou muito satisfeito com o que tenho vindo a fazer. Em primeiro lugar porque tenho feito aquilo que quero e sem pressas. E em segundo lugar porque deixei a cargo da produção do disco o L.V.M. (guitarrista dos Expensive Soul) que tem muitas outras influências e experiências musicais que só elevam a qualidade daquilo que quero fazer.

Aquilo que trago de novo é o que toda a gente deveria trazer, a sua identidade. A partir do momento que decides ser 'tu' a tua música vai ser diferente da dos outros, porque não existem duas pessoas iguais. Acho também que o meu próximo disco vai abranger mais públicos do que somente o pessoal ligado à cultura Hip Hop pois tem uma componente de fusão com outros estilos musicais.

Que tipo de temas costumas abordar nas letras das tuas músicas?

Nas minhas músicas falo das coisas que me vão na cabeça, por isso algumas delas podem ser introspectivas, ou daquilo que vejo e acontece comigo ou às pessoas à minha volta. Também gosto muito de abordar os relacionamentos entre as pessoas.

O que achas desta "guerra" entre música comercial vs underground? A tua música é comercial ou underground?

Em primeiro lugar é preciso definir o conceito de 'underground' e o conceito de 'comercial'. Na minha opinião a maioria das pessoas entende o conceito de underground como algo que não é conhecido pelas massas, conhecido somente por pequenas fatias da população ou nichos. Porém, na minha concepção ser underground é acima de tudo ser livre. E se falamos de música é ser musicalmente livre, fazendo aquilo que se gosta e não aquilo que os outros gostariam que nós fizéssemos.

Por outro lado, a música comercial é entendida como um produto mais massificado, que vende ou deveria vender muito (devido aos esforços promocionais das grandes editoras), e que está actualmente associada, e por vezes de forma errada, à música de plástico. No entanto, eu prefiro usar o termo “música comerciável”, para evitar comparações pejorativas com a chamada música de plástico.

Acho benéfico que exista essa “guerra” do comercial contra o underground nem que seja para fomentar o debate e para as pessoas ganharem consciência de onde investem o seu dinheiro quando vão comprar um disco ou vão a um concerto. Cada vez mais a música que é feita única e exclusivamente para vender está a perder adeptos pois os ouvintes apercebem-se do propósito da sua génese, deixando de se identificar com o artista e a sua música num longo prazo.

Nunca gostei muito de rótulos na classificação de um artista, mas eu como sou livre e faço a música que me vai na alma considero-me obviamente underground. Mas tenho sempre em linha de conta que o faço tem qualidade suficiente para ser comercializado, daí que também possa ser classificada de música comerciável, mas não comercial.

Como é uma actuação tua ao vivo?

Ao vivo apresento-me com a minha banda, pois para tocar este disco que estou a fazer não poderia ser de outra forma já que a maioria do álbum é mesmo tocado (baixo, bateria, guitarras e teclas essencialmente).

Ainda só actuei uma vez com esta formação mas a primeira experiência foi muito positiva. Muita energia mesmo! Mas daqui a pouco tempo já me vão poder ver e ouvir com a banda para darem a vossa opinião...até porque eu sou suspeito para falar sobre isso. Hehe!

Vives somente da música ou tens outra profissão?

Neste momento ainda estou a estudar. E a fazer música, claro...

Qual é aquela música que nunca pode faltar no teu mp3?

Essa pergunta é difícil de responder... Porque depende dos dias e da tua disposição. Mas se tivesse que escolher uma...ou duas...Espera aí...vou ao meu iPod ver quais são as mais ouvidas...D’Angelo – Chicken Grease; Onyx feat. Noreaga & Big Punisher – Shut’em Down!

Neste momento quais são os teus principais objectivos a nível pessoal e profissional?

Neste momento o meu disco está mesmo muito próximo do produto final. Está mesmo QUASE PRONTO, que por curiosidade vai ser o título do disco. Vou ainda lançar uma mixtape antes do disco sair que vai ser uma compilação das últimas coisas que tenho feito e vai contar com uns 3 inéditos.

Por outro lado também quero acabar a minha formação tentando conciliar os estudos e a música da melhor forma possível para que nenhum dos dois saia prejudicado.

Mesmo que não consigas ter sucesso na música, vais continuar a lutar até conseguir?

Neste momento é exactamente assim que penso. Se fosse para desistir de fazer música acho que isso já teria acontecido, e, mesmo apesar de ter estado um tempinho “parado” nunca deixei de estar ligado às coisas que aconteciam. E a palavra sucesso pode ser enganadora e subjectiva percebes? Para uns sucesso é vender muitos discos, dar muitos concertos e ser referência constante nos meios de comunicação social. Mas mesmo que não venha a ser esse o meu caso, penso que me vou considerar sempre uma pessoa de sucesso porque estive em controlo das minhas decisões, nunca baixei os braços e fiz sempre aquilo que quis fazer.

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