Muita gente conhece José Mello da Costa Aguiar aka Zeca MCA pelo seu trabalho na rádio Boomshot ou pelas festas que eventualmente organiza, mas o que muitos não sabem é que ele também trabalha como produtor de TV. Hoje, ele se dedica aos bastidores do Manos e Minas, fazendo a produção do programa. Conversamos com o Zeca para saber mais desse lado “televisivo” dele.
NOIZ ::: Como você foi parar na produção do Manos e Minas?
Zeca MCA: Eu trabalho com produção de TV desde 1994. Nunca trabalhei com outra coisa, mas sempre tive o meu trampo com música e com o hip hop. O ex-editor chefe do programa, Ramiro Zwetsch, me conhecia desde 1991 e sabia do meu trampo. Então ele me chamou para vir pro Manos e Minas.
NOIZ ::: Topou na hora?
Zeca MCA: Sim, eu estava trabalhando com jornalismo esportivo há nove anos e queria mudar. Queria juntar o que eu gostava com o que eu fazia em TV.
NOIZ ::: E como foi o início por lá? Já tinha trabalhado com o Rappin’ Hood antes?
Zeca MCA: Eu nunca tinha trabalhado com o Hood, eu o conhecia por causa do Parteum, mas a gente nunca tinha trabalhado juntos.
NOIZ ::: Como foi o início na produção, dificuldades e similaridades com o seu trabalho anterior com esporte?
Zeca MCA: Com esporte não tinha nada parecido, mas antes de trabalhar com esporte eu fiz vários programas de TV. Então, produção é produção. Não tem muita diferença. O que muda é a estrutura que você tem para trabalhar. Mas aqui sempre foi na boa. Até porque eu sempre quis fazer um programa desses, então eu sempre fiz tudo que podia.
NOIZ ::: O que você faz exatamente? Pensa nas pautas, entra em contato com os entrevistados?
Zeca MCA: É assim, eu penso nas bandas que eu acho que podem ser legais para o programa. Ai a gente tem uma reunião de semanal que eu falo: vamos trazer a banda tal? Por causa disso e disso, e as pautas são assim também. Tem uma pessoa responsável pela pauta, mas tudo é levado nessa reunião e a gente discute. Fechando os musicais e grafiteiros, eu entro em contato, marco horário, passagem de som e essas coisas todas.
NOIZ ::: Como é a relação com as pessoas da equipe, tranquila? O povo está em sintonia?
Zeca MCA: Sim, o povo aqui só ótimos profissionais. Lógico que nem todo mundo vive no mundo do hip hop, mas tanto eu, como o Erick Jay, o César e o Thaíde damos uma força. Mas aqui todo mundo é experiente em TV. A nossa editora chefe é a Maria Amélia Rocha, que foi apresentadora do Metrópolis durante sete anos, e dirigiu o programa por dois anos e o Vitrine por mais dois anos e foi crítica de música no Jornal da Tarde.
NOIZ ::: Fale da sua rotina.
Zeca MCA: Gravamos o programa toda segunda-feira. Chego cedo ao teatro, faço a passagem de som e cuido da banda durante a gravação. Na terça a gente tem uma reunião pra discutir o programa que gravamos e a gravação futura. Ai a gente começa a produzir as paradas dos próximos programas.
NOIZ ::: E qual a principal diferença da época do Hood e agora a do Thaíde, já dá pra traçar paralelos?
Zeca MCA: Cara, a principal diferença é que o Thaide tem mais experiência de TV. Fez MTV, Antônia e isso ajuda muito durante a gravação.
NOIZ ::: Como vocês escolhem a variedade dos grupos que se apresentam no Manos e Minas?
Zeca MCA: A idéia é sempre trazer bandas de Rap ou se sons que tenham alguma ligação com o movimento, tipo, soul, funk, samba e reggae. Pra você ter uma idéia, no ano passado nós gravamos 34 programas. Desses 34, 16 foram de rap. Esse ano, até agora, gravamos 33 programas. Desses 16 foram de rap. E ainda fizemos a atração internacional People Under The Stairs.
NOIZ ::: Acha que outro canal teria espaço pra um programa desses?
Zeca MCA: Eu acho difícil. Que canal dá espaço pra músico que não é de nenhuma gravadora?
NOIZ ::: Novidades da Boomshot ou do Manos e Minas?
Zeca MCA: Estamos gravando bastante Manos e Minas. Vai ter muita coisa boa. E a Boomshot andou um tempo parado por problemas técnicos, voltei com o programa AO VIVO com o People Under The Stairs e agora estou esperando o nosso desenho do site que já já ta pronto. Logo Stefanie e Rincón Sapiência estarão na Boomshot!
NOIZ ::: Considerações finais?
Zeca MCA: Uma coisa é importante se falar a TV cultura é um dos poucos lugares que você pode trazer musica de qualidade. Penso muito nisso. Eu lembro que a primeira apresentação do Chico Science e Nação Zumbi em uma TV aqui no sudeste, foi aqui na cultura no programa FANZINE que era apresentado pelo Marcelo Rubens Paiva. Eu estava no estúdio como telespectador e fiquei louco. E isso é a TV cultura, ela dá espaço para música de qualidade.
Por Eduardo Ribas / PerRaps especial para o NOIZ
www.perraps.wordpress.com
Fonte:
ANDREIA QUARESMA
BLACK VIBE
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