sábado, 2 de janeiro de 2010

10 Perguntas a.. Kilate - Grandes Projectos Para 2010




Kilate começou a fazer música em 2003 com o grupo Duplo P (Kilate, Base e Dj Knowledge). Ainda chegam a lançar um Ep, mas o grupo chega ao fim em inícios de 2006. Nesse mesmo ano, atrevês de Knowledge, conhece um dos nossos melhores rappers e produtores, Sp (do grupo Makongo) e começa a trabalhar com ele. Neste momento, Kilate está envolvido em vários projectos com os Makongo, Dj Knowledge e a gravação do seu álbum. 2010 promete ser um grande ano para este MC. No final da entrevista tens para download a Mix 808 Sessions Vol 1.

Andreia - Conta-nos como começaste a tua carreira e quais ou quem foram as tuas influências.

Eu comecei a fazer música por volta de 2003, nessa altura tinha formado um grupo chamado Duplo-P que era composto por mim e por outro amigo amigo de infância chamado Base. Mais tarde decidi que o grupo precisava de mais dinâmica no que dizia respeito a concertos e decidi então arranjar um DJ para esse efeito. Vim a descobrir que um amigo meu de longa data era DJ e fiz-lhe a proposta de ele também fazer parte do grupo ao que ele aceitou, estou a falar claro do DJ KnowLedge.

Mas ‘Por muito que seja o amor, nem sempre gera casamentos’; (nada de plagiar! esta dica é minha ahahaha!!) pois é, pouco tempo depois o Base começou-se a desligar pouco a pouco da musica, pelo menos foi o que achei e dizendo isto que não fique aqui a ideia da moda que se passa cá na Tuga dos espectaculares ‘BEEFS’, nada disso, mas se podemos correr sozinhos e bem, porquê correr numa equipa em que um desses elementos está mais virado para outras actividades certo? Dito isto, decidi acabar com o grupo e optar por uma carreira a solo com o KnowLedge ao meu lado mais uma vez.

Comecei a trabalhar num álbum composto por 18 faixas, onde escrevi e gravei os temas, mas que depressa abandonei e meti o projecto, neste caso a sonoridade na gaveta isto porque, quando me apercebi estava a fazer uma sonoridade muito ‘Jay Dilla’, o que é bastante bom mas aqui por estas bandas é bastante ‘igual’, e para estar a lançar algo ‘igual’ ao que já se faz por aqui em bastante abundância, decidi abandonar o projecto ‘Dilliano’ (boa palavra não?) e elevar a fasquia do que se faz por aqui. É nessa altura que conheço o SP e começo a trabalhar com ele, desta vez em algo completamente diferente e refrescante a nível sonoro e também crio em parceria mais uma vez com o DJ KnowLedge uma serie de streets cd’s intitulados ‘808 SESSIONS’ nas quais o volume um já se encontra para download nos nossos myspaces e também em alguns blogs e estamos neste momento a preparar os volumes dois e três respectivamente.

Quanto a influências musicais eu sou influenciado por tudo aquilo que oiço e ache interessante, julgo que quem faz musica, seja de que estilo for, nunca se deve reger apenas por um estilo especifico, não se deverá limitar a ouvir um só estilo pois julgo que isso limita o processo criativo e impede também á respectiva evolução de géneros.

Andreia - Como artista, o que trazes de novo à música e o que tens de especial para que as pessoas te oiçam?

Como artista, julgo que tenho a obrigação de dar sempre o melhor aos ouvintes pois além de fazer música para minha pura satisfação, faço-a da melhor forma que sei para que os fãs possam sentir a minha autenticidade em cada registo que eu faça e que vejam que o que deixo transparecer para as músicas é aquilo que realmente sou.



Andreia - Que tipo de temas costumas abordar nas letras das tuas músicas?

Eu no que diz respeito há abordagem dos temas nas minhas músicas tento sempre dar o exemplo do nosso ‘acordar’, nem sempre acordamos com o mesmo humor ou paciência. Eu escrevo consoante aquilo por que passei, experiências passadas sejam elas de que tipo for, daquilo que me rodeia, daquilo que eu vivo e faço no quotidiano, sim pessoal, há muito boa gente que fala daquilo que nunca foi ou vai ser nas músicas mas também uso esse conceito para falar nos meus temas ehehe!. Por vezes tento também criar conceitos para certos sons, basear-me num tema e dar-lhe uma história, por vezes fictícia, mas com uma moral bem real no fim, no fundo tento diversificar sempre um pouco de forma a tornar o que faço mais interessante e apelativo.

Andreia - O que achas desta "guerra" entre música comercial vs underground? A tua música é comercial ou underground?

LOL… isso é um tema que me dá bastante prazer falar isto porque, essa ‘guerra’ de que tanto se fala julgo que existe entre os dois conceitos uma linha muito ténue que por vezes quem está num desses lados, anda constantemente a passar de um lado para o outro.

Já tive casos de alguns MC’s que vêm falar comigo no msn para eu dar a minha opinião ‘sincera’ ( isto é que escrevem na minha janelita) no caso de alguns sons que me mandam da sua autoria e ora bem, se é uma opinião ‘sincera’ eu limito-me a ser sincero e a dar a dita opinião, faço a minha critica e eles dizem-me que só sei dizer mal e que sou um vendido (esta nunca entendi mas ok malta!) e que o meu estilo não é o RAP, é outra coisa diferente, que falo de como ganho dinheiro com a musica e tal e que aquilo que eles fazem é que é ‘real shit’ e que é aquilo que gostam, sim dizem ser underground isto porque têm uma mensagem critica á sociedade… Sócrates e Cavaco é bom que se cuidem lol!

Ao dizerem-me isto eu mostro o meu ponto de vista e o meu modo de fazer e ver as coisas e nisto eles voltam a mandar-me um novo som e a dizerem-me ‘até tens muita razão no que dizes, nunca tinha pensado assim!’. E é nisto que eu ao receber o som e ao abri-lo para ouvir e voltar a dar a minha opinião… o rapaz que fazia o estilo 2Pac agora aparece num beat dancehall e a rimar com Auto-Tune! UAU! Será que acabei de assistir a um ‘querido mudei o meu lado’ ?... escolham vocês caros leitores.

É baseado nisto que digo que a linha é bastante fina entre ambos os lados isto porque muitos não entendem que underground é a capacidade que cada artista tem de se ‘desenrascar’ pelos seus próprios meios, não está apenas na letra da musica mas sim nas capacidades de ‘sobrevivência’ de cada um, já falando no mainstream, no dito comercial, basta ter um beat cativante e com um refrão orelhudo (a letra pode ser a criticar algo, não importa), tendo estas duas cartas fica o som a tocar na rádio e depressa é apelidado comercial porque está a passar na cidade ou antena 3… poupem-me a serio malta, não percam tanto tempo a escolher lados ok? Façam música.

No que diz respeito a que lado está a minha musica, julgo que já respondi a isso nos parágrafos acima mas mesmo assim digo, eu não sou UNDA nem MAINSTREAM, eu limito-me a fazer musica da melhor forma possível, musica com qualidade e substância e nunca perdi tempo a escolher um lado mas sim a traçar um caminho, neste caso, bastante há frente.


Andreia - Como é uma actuação tua ao vivo?

Eu nas minhas actuações ao vivo tento sempre dar o melhor de mim, como eu costumo comentar com o KnowLedge, nem que seja em cima de uma caixa com um metro de comprimento, com uma coluna e com meia pessoa a assistir, eu encaro como se estivesse a tocar num estádio ou algo colossal com milhares de pessoas pois é assim que se constrói um nome e uma carreira, neste caso encarar cada performance, como a melhor que já tivemos.

Agora mais concretamente, com a minha actuação ao vivo podem contar com algo dinâmico e energético e que de som para som haja uma evolução constante até se chegar ao fim do espectáculo e se acabar de forma estatizante.

Andreia - Vives somente da música ou tens outra profissão?

Neste momento vivo somente da musica, é ela o meu ganha pão mas também tirei o curso de auxiliar de fisioterapia que embora não o exerça de momento foi algo que sempre gostei de um dia tirar mas como disse, neste momento vivo exclusivamente da musica.

Andreia - Qual é aquela música que nunca pode faltar no teu mp3?

Eu oiço de tudo mesmo, desde heavy metal, pop, punk, rap, electro, drum and bass, rock (neste momento adoro os the Killers lol), oiço de tudo a sério, tento manter-me aberto a todas as ideias patentes em determinados estilos musicais para depois criar para mim algo fresco e inovador.

Andreia - Neste momento quais são os teus principais objectivos a nível pessoal e profissional?

A nível pessoal procuro criar uma boa base monetária para comprar uma casa juntamente com a minha namorada (2010 baby!).

A nível profissional quero continuar a lançar os meus projectos com o Knowledge e estou de momento também a fazer um novo projecto em parceria com o SP e mais elementos do grupo Makongo e não só, intitulado de M KREW e depois disso espero lançar o meu álbum.

Andreia - Mesmo que não consigas ter sucesso na música, vais continuar a lutar até conseguir?

Nem sequer penso nisso para ser sincero, julgo que o talento acaba sempre por gerar sucesso e nunca o sucesso irá gerar qualquer talento e quanto a isso tenho a dizer que tenho talento logo… nem sequer penso nissoJ! .

PS: Tendo dito isto não me tomem por convencido ok pessoal? Apenas tenho confiança e consciência em relação ás minhas capacidades.

Andreia - Deixa uma mensagem especial aos leitores do Black Vibe.

Mantenham-se fiéis a vocês mesmos e ponham esses ‘BEEFS’ e comparações de parte pois isso só estará a denegrir a música e os artistas, a música portuguesa, aliás, o que os novos artistas portugueses fazem tem bastante qualidade seja em que estilo musical for mas mesmo assim continuamos agarrados ao ‘fado’ entendem? Quando digo fado refiro-me aquela mentalidade retrógrada que não procura evolução, contenta-se apenas com aquilo que já foi feito e não com aquilo que se está a fazer, estou certo não? E é isso que não pode acontecer juntamente com os ditos ‘beefs’ de novilho de fraca qualidade e ás tais comparações do ‘este parece aquele e soa a isto ou aquilo’. Peace people!

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