Hoje no Quadro de Entrevista a Jornalista,Ativista Cultural,Escritora e "HipHopper" Jessica Balbino uma das Grandes Pessoas deste movimento de "Trafico de Informação" e "Literatura Marginal"...Juntamente com Cronica Mendes,Sacolinha,GOG e Ferrez.
Pra quem Ja conhece sabe que é verdade pra quem nao Conhece passa a Conhecer Jessica Balbino.
Hebreu - Primeiramente Apresentesse...Quem é Jessica Balbino?
R: Jéssica Balbino é intensa e tem a alma inquieta, por isso, busca na militância, o refúgio para tudo que o mundo grita. Comunicadora nata, é repórter, escritora, debatedora de programa de TV, assessora de imprensa e produtora de eventos. Alguém que não para de ter ideias e que trabalha arduamente para colocar todas em prática.
R: Jéssica Balbino é intensa e tem a alma inquieta, por isso, busca na militância, o refúgio para tudo que o mundo grita. Comunicadora nata, é repórter, escritora, debatedora de programa de TV, assessora de imprensa e produtora de eventos. Alguém que não para de ter ideias e que trabalha arduamente para colocar todas em prática.
Nasceu e vive na periferia, de onde não pretende se mudar, mas, trabalha para melhorar !!! Humana, urbana e guerreira.
Hebreu - Como e Quando Surgiu Teu Amor Pelo Rap e o Hip Hop?
R: Começou há uma década, quando vi um grupo dançando break perto de casa. Foi o primeiro contato e não parei mais. Fiquei fascinada pela cultura e a cada dia, me envolvi mais. Como não sabia dançar, graffitar ou fazer rap, passei a pesquisar e quando percebi, estava praticando o 5º elemento, que é o conhecimento. Daí, me tornei jornalista e tenho feito as duas coisas: reportado a cultura hip-hop do lado de dentro.
Hebreu - Alem de Ser jornalista voce tambem é Escritora. O que voce acha deste movimento que talvez seja inedito no mundo a LITERATURA MARGINAL?
R: Não sei dizer se é inédito, mas desconfio que não. Contudo, é inédito, da forma que acontece e isso que interessa. A grande sacada deste movimento é que ele acontece do lado de cá da ponte e promove acesso a cultura dentro da periferia e o melhor, com a linguagem da periferia, feita por gente da periferia. Isso é mágico. Eu me emociono sempre que falo sobre isso porque acho incrível ver as pessoas comuns, como donas de casa, motoristas, pedreiros, estudantes, crianças, fazendo literatura e o melhor, lendo e se informando. Isso faz parte do que chamamos de ( r) evolução. E é real. É de verdade. Tem resultado direto e destoa da burocracia. Sempre nos esconderam os livros e agora, que os descobrimos, tomamos para nós. O que eu acho que acontece é que a literatura marginal/periferia está se expandido porque as pessoas que vivem nas periferias entenderam que também podem escrever a própria história, falar da própria vida, contar o cotidiano, sem a interferência de outros meios. Ou seja, o povo cansou de se ver relatado de forma desconexa em livros feitos pela elite. E a elite, durante todo este tempo, pensou que não sabíamos ler e agora, estamos escrevendo nossos próprios livros. Isso é um fenômeno e é incrível, porém, é algo que sempre nos foi negado: o saber. E agora, nos apropriamos dele. Como diz o grupo de rap Inquérito: "se a história é nossa deixa que nóis escreve". Portanto, vamos escrever nossa própria história.
E na verdade, não importa muito se é a elite que vai ler ou se é a periferia. A dona de casa percebeu que ela pode escrever, o motorista de ônibus, o operário, o jornalista, o dono do bar, enfim, todos podemos contar nossa história. E não existe norma culta na literatura periférica, não existe cagação de regra, não tem nada disso. Tem uma pessoa que desabafa, ou faz poesia, e deixa a tinta da caneta escorrer. Dispara as palavras no sarau. Isso evita que o sangue escorra nas vielas e que o disparo ouvido seja de mais tiros.
Na verdade, a literatura marginal/periférica, para mim, Jéssica Balbino, é uma alternativa contra a violência e não um estímulo. Agora, não dá pra esperar que o cara que mora na quebrada e tem uma boca de tráfico na esquina de casa escreva sobre a Europa e coisas que ele nunca viu. Quando ele escreve, naturalmente, é para dar pros muleque da quebrada uma ideia que ele tem e que eles não vão
pensar sozinhos.
Um livro que aponta tudo isso pode não ser bem aceito pela sociedade, mas, a sociedade sempre nos escondeu os livros mesmo, então, pouco importa, o que vale mesmo é que estamos formando leitores e hoje em dia, não é mais raro ver, dentro dos ônibus e trens, as pessoas portanto livros, que são verdadeiras armas, se bem utilizados.
Armas que pregam paz e bem diferente aquelas que lutaram para que continuemos empunhando, sabe?!
Hebreu - eu fiz esta pergunta pro sergio vaz vo fazer a voce tambem..ok.
Eu quando Ouço o começo da Musica "Jesus Chorou" dos Racionais.. Acho uma Linda Poesia "Um Trecho"
O que é o que é??
Clara e salgada,
cabe em um olho e pesa uma tonelada,
tem sabor de mar,
pode ser discreta,
inquilina da dor,
morada predileta.,
na calada ela vem,
refém da vingança,
irmã do desespero,
rival da esperança,
pode ser causada por vermes e mundanas
ou pelo espinho da flor,
cruel que vc ama,
amante do drama,
vem pra minha cama,
por querer, sem me perguntar me fez sofrer,
e eu que me julguei forte,
e eu que me senti,
serei um fraco,
quando outras delas vir
.....e Por ai Vai...
HEBREU - Poucos q curtem Rap Conseguem ver q o Rap...é uma Poesia Cantada...Nao acha q é Pela Falta de Estudo...ou Pelo fato de nao ter Habito da leitura?
R: Se eu entendi bem a pergunta, acho sim, que falta mais CONHECIMENTO para muitos rappers, DJs, graffiteiros e bailarinos. Muitos não conseguem fazer esse paralelo com a literatura, com a poesia, etc, mas aí é que está a minha luta. Sou de dentro do movimento, faço parte da cultura e escrevo sobre isso, seja em forma de poesia, de rima, de letras, de matérias, de debates, de palestras, enfim. Acredito que muito esforço e trabalho sério, essa visão vai se ampliar e o objetivo é esse mesmo. O rap é a abreviação de Rithm and poetry, que significa, ritmo e poesia, ou seja, poesias cantadas sobre bases ritmadas.
Hebreu - Por que voce acha que o Brasileiro Le tao Poco?
R: Isso está mudando. Hoje, na quebrada, quase todos portam livros. Mas, lia pouco porque não existe interesse da elite que o povo se informe, que leia, que tenha informação. Já respondi numa das questões, mas não há interessante que saibamos o que se passa, então, a burguesia sempre nos escondeu os livro, sempre os fez numa linguagem em que não entenderíamos, sempre falou de coisas que não eram do nosso cotidiano, sempre nos negou esse acesso.
Hoje, existem livros que saem pelo preço de duas cervejas, pelo preço de uma refeição e mais, livros doados em projetos como o meu mesmo, o Literatura Amplificada, além de outras iniciativas, como os inúmeros saraus que acontecem Brasil afora. Enfim, existem pessoas como eu, nas quais me espelho, que fazem algo para mudar essa realidade e o resultado esta aí. O livro é um exemplo.
Hebreu - Eu tenho alguns livros aqui..q li e depois descobri que lançaram eles em versão para o Cinema. O que vc acha dos Livros que viram filmes? nao acha q de um modo acaba com a Imaginaçao do leitor?
R: Não vejo desta forma. Acho que são linguagens diferentes e gosto de ver filmes inspirados em livros. Penso que, de repente, é uma forma daquele conhecimento atingir um outro tipo de público, o que é bastante válido.
Hebreu - Voltando a falar de Musica...O que Voce acha desta "GUERRA" e Troca de farpas entre alguns rappers do Mainstrean (POP) contra os do Underground e vice e versa...? Nao acha que tem espaço a todos?
R: Eu acho ridícula essa guerrinha entre os rappers. Não vejo motivo para isso. Acredito apenas numa coisa: os verdadeiros vão permanecer. Não gosto de muitas posturas de vários rappers, tanto pop quando underground, e por isso, somo apenas com quem tem ideias parecidas com as minhas. É um processo de seleção natural que dispensa troca de farpas.
Hebreu - Eu tenho alguns livros aqui..q li e depois descobri que lançaram eles em versão para o Cinema. O que vc acha dos Livros que viram filmes? nao acha q de um modo acaba com a Imaginaçao do leitor?
R: Não vejo desta forma. Acho que são linguagens diferentes e gosto de ver filmes inspirados em livros. Penso que, de repente, é uma forma daquele conhecimento atingir um outro tipo de público, o que é bastante válido.
Hebreu - Voltando a falar de Musica...O que Voce acha desta "GUERRA" e Troca de farpas entre alguns rappers do Mainstrean (POP) contra os do Underground e vice e versa...? Nao acha que tem espaço a todos?
R: Eu acho ridícula essa guerrinha entre os rappers. Não vejo motivo para isso. Acredito apenas numa coisa: os verdadeiros vão permanecer. Não gosto de muitas posturas de vários rappers, tanto pop quando underground, e por isso, somo apenas com quem tem ideias parecidas com as minhas. É um processo de seleção natural que dispensa troca de farpas.
Hebreu - Um Rapper Angolano diz em sua musica assim:" QUE O RAP ANGOLANO TEM QUE TER A CARA DE ANGOLA. POR QUE O Q ADIANTA VOCE IMITAR 50 CENT..JAYZ..SE SE TEU POVO AINDA PASSA FOME"
Aplicando ao nosso rap tambem a muitos rappers que imitam os gringos enquantos muitos de nossas crianças,ainda nao tem estudo..passam fome. VOCE ACHA QUE O RAP BRASILEIRO TEM QUE TER A CARA DO BRASIL?
R: Obviamente. O rap é som de protesto, de relato do cotidiano, de vivência. Não necessariamente precisa falar de violência, guerra urbana, etc, mas, deve ser real. Deve passar o que a pessoa vive. Não adianta um cara do Amazonas querer cantar sobre invasão policial no morro, assim como não adianta um cara que vê criança morrer de fome todo dia querer ostentar um carrão. É bem prático. Se o rap não for reflexivo, coerente, com conteúdo, deixa de ser rap e perde o efeito.
HEBREU - Ja Sofreu Preconceito por pessoas dentro ou fora do Rap so por que voce curte Rap e Hip Hop?
R: Claro. Isso existe todo dia e é para combater esse tipo de preconceito ignorante que eu estou nessa luta.
Hebreu - Vi na Rede que Voce Participa de uma Banca/Coletivo Chamado HIPHOP UAI...Falenos Sobre Ele.
R: É um coletivo que surgiu recentemente, após nos inscrevermos no edital do Prêmio Preto Ghoez. Resolvemos somar nossas atividades, competências e talento e fazer acontecer. O resultado é gradativo, mas tá chegando. Mais informações sobre o coletivo podem ser vistas no www.hiphopuai.blogspot.com
Hebreu - fale Sobre seu Ultimo Livro e Sobre o que voce esta Breve a Lançar.
R: O livro é um estudo da periferia e da comunicação dentro dela. É meu relato sobre minha vivência no hip-hop e a de outras pessoas também. É uma obra da periferia para o povo. E trata justamente da comunicação e do conhecimento.
Sempre gosto de termina as Entrevista com pequeno bate bola.
Um Livro?
R: Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus
Uma Musica?
Uma Musica?
R: Nossa...uma só? Putz...Marcas da Adolescência, Dina Di !
Dilma ou Marina pra presidente?
R: Nossa, como jornalista, vou me abster desta resposta porque não posso revelar opiniões políticas, certo?
Poços de Caldas?
R Uma cidade linda, turística, mas com periferias e problemas como todas as outras. Com uma política provinciana que só atrasa o lado do desenvolvimento.
Jessica Balbino em uma Palavra.?
R Comunicação
Obrigado jessica pela Entrevista deixe uma Mensagem ao Leitores do Blog.
R Eu agradeço a oportunidade e a chance de mostrar mais um pouco o meu trabalho. É sempre um prazer poder dividir e somar ideias. Isso também é tráfico de conhecimento e de hoje em dia, se for para sermos presos, que seja por porte ilegal de inteligência e golpes de palavras !! É tudo nosso. Valeu o espaço. Beijo grande. Jéssica Balbino.
Blog --> www.jessicabalbino.blogspot.com
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