É uma experiencia nova trabalhar na frente de uma câmera e pensar visualmente na música. Acredito que isso possibilita novas ideias até mesmo para fazer novas canções e acaba dando uma nova vida à música. É como se ela pudesse nascer de novo.
- Rolou alguma dificuldade ou perrengue que valha a pena ser contado?
Nossa! Um dos maiores foi a pouca estrutura e a falta de verbas. Então tivemos que improvisar muitas coisas e usar mais a criatividade,.
O mais engraçado é que dias antes, eu ficava observando o nascer do sol e fotografei onde a luz invadia o estúdio, mas no dia da gravação acordamos às 5hs e cadê o sol? Mó neblina cabulosa, ficamos desesperados até que umas 9hs ele começou a aparecer entre nuvens e tudo deu certo.
- O Daniel BBoy 3D (www.db3d.blogspot.com) já tem bastante contato com a Cultura Hip Hop e na hora da produção do clipe é muito importante o entrosamento entre diretor, artista e o assunto abordado. O 3D já era seu camarada? Como foi a escolha do diretor?
O 3D é um cara que conheci há muito tempo atrás quando eu estava começando a rimar. Ele ja dançava na Casa do Hip Hop, eu assisti um video promo dele dançando e pensei 'Nossa, cabuloso!' aí chamei ele para editar umas imagens que eu já tinha desse som, feitas em BH com uma outra galera, mas no final acabamos decidindo refazer tudo.
Então ele de editor virou, diretor, fotógrafo, camera man, só não fez o macarrão no almoço (risos)
- Como foram os dias de gravação? Quanto tempo levou para fazer as tomadas?
Os dias? (riso) Quem me dera! Tivemos um dia só: alugamos uma camera HDV e falamos 'temos hoje pra fazer tudo isso, já era vamo que vamo!'.
Gastamos, acredito que, umas 8 horas gravando, montando o cenário e esperando o ator principal, o Sol.
Daniel 3D acrescenta:
A vontade de fazer supera as dificuldades.
Quando o artista se dispõe, tem alguém que faça com vontade e conhece o assunto, a coisa dá certo.
'Uma idéia na cabeça e uma camera na mão' na frase do cineasta Glauber Rocha, assim fizemos o melhor em um dia, uma iluminação improvisada paras cenas internas e um sol que quase não sai.
- Quais são as locações do clipe?
No meu estúdio 'Mokado Records', a laje de casa que tem uma visão ótima e me faz lembrar quando eu soltava pipa e uma em cima de um muro próximo à represa que nos proporcionou uma visão quase 'Hawaii'.
- As imagens mesclam 2 belezas: a do estúdio e a da tomada externa, que foge do padrão. Qual foi a idéia de fazer esse mix?
A idéia foi da forma que a música nasceu: em uma madrugada de estúdio depois de ter produzido o beat, fiquei compondo enquanto um novo dia me avisava que o tempo é agora.
E a paisagem que sempre tive da janela de casa é essa da minha quebrada, o campo lá no fundo como playground da maioria, então mostramos um pouco do que eu vejo, do que vivi.
- Por quê a faixa 'Sol' foi a escolhida?
Pelo fato de a noite ser meu ganha pão e minha companheira. O sol sempre me avisa que o tempo está aí e ele não espera. E posso recomeçar à cada novo dia.
- A música remete a um despertar, um incentivo à ação. O clipe reproduz fielmente o real significado da música?
Sim. Mesmo que não tenha uma historinha rolando tipo foto novela, as imagens nos dizem muito sobre isso, basta olhar a janela e ver que o mundo está lá girando, as pessoas vivendo. Não pode parar por nada! Mesmo sem muito recurso devemos fazer as coisas que temos vontade.
Esse clipe é isso, a realização de idéias mesmo que de uma forma simples, é verdadeira e necessária.
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