Em pouco tempo chegou ao topo. O seu último disco Cupido já vai nas 30 mil cópias vendidas. Estudante de gestão e contabilidade em Nova Iorque, veio de férias a Angola e, acabou por mudar a sua vida. Perdeu-se um gestor mas ganhou-se um cantor romântico de sucesso
Pode perguntar-se o que está por detrás de um disco de sucesso. A música, os sons, ou as palavras? Quando olhamos para o CD Cupido de Anselmo Ralph, que vendeu 21.000 exemplares num só dia e, em apenas oito horas, a questão é ainda mais pertinente. Certamente que a mensagem positiva, a batida certa de quem quer sonhar mas também balançar o corpo, têm muito a ver com isto. Mas também um projecto de marketing estruturado, que passou pelas rádios e pelas revistas, e que levou milhares de pessoas ao lançamento. Vieram depois os espectáculos que mostraram que a sua capacidade de mobilização se mantinha.
Mas o homem que está atrás do artista também amadureceu. Apoiou-se num casamento estável, numa família que o adora e no maior à vontade em lidar com o sucesso e com as fãs. E acredita também que é abençoado por Deus. Coisas simples que o fazem acreditar que nasceu, mesmo, para ser famoso. Veremos então os discos que se seguem e a carreira nos próximos anos.
As suas letras são bastante optimistas. Procura mostrar as coisas da vida. Isso é premeditado?
Tem muito a ver com as minhas crenças e convicções. Eu guio-me pelo princípio de que devo partilhar com a sociedade tudo o que aprendo de bom. E também porque estamos numa fase de reconstrução, onde se perderam muitos valores e, é necessário reestruturar e reeducar a sociedade com bons princípios. E a juventude é certamente uma das camadas sociais mais afectada por esta crise de valores. Eu acredito que nós, artistas, temos um forte poder de influência sobre a sociedade e, principalmente sobre os nossos fãs, que muitas das vezes nos vêem como modelos. Se utilizarmos o nosso talento e a nossa influência, poderemos ajudar a mudar esta sociedade.
A música deve ter uma mensagem didáctica?
Temos de usar o nosso talento para passar mensagens capazes de ajudar as pessoas a familiarizarem-se com os problemas sociais. Se escrevermos sobre coisas positivas e darmos bons exemplos, as pessoas seguirão estes comportamentos. A música também é um meio de comunicação, de transmissão de ideias e conhecimentos. Eu procuro cumprir com este papel porque antes de ser músico, sou um cidadão angolano, orgulhoso do país.
É por isso que nas suas entrevistas, quando questionado se alguma vez posaria nú, sempre recusou veementemente tal hipótese?
Exactamente. Ao fazer isso estaria a dar entender que os princípios têm preço e a moral não tem valor. A nossa sociedade já tem bastantes problemas e desvios de carácter, como o facto da maior parte da juventude sonhar apenas com poder, o que os torna muito individualistas, levando-os a acreditar que o dinheiro pode comprar tudo. E eu ao admitir tais coisas, estaria a dar razão ao pensamento que a lei do dinheiro pode tudo e que a dignidade tem um preço. Por isso é que nem por um milhão, ou por qualquer valor, eu posaria nú.
Nunca se sentiu tentado a abdicar desses princípios? …
Tudo o que se ganha com esforço sabe bem. Hoje tenho uma vida estável e tudo o que possuo é fruto do meu trabalho. Não precisei de “galgar” por esses caminhos. Preocupo-me muito com a minha imagem e procuro mostrar que nunca devemos abdicar dos nossos princípios. Seja por dinheiro ou outro motivo qualquer.
Fez recentemente um show de beneficência para com as vítimas das cheias no Cunene. Sentiu-se bem nesse papel?
Apercebi-me da gravidade das cheias na altura em que estávamos a fazer a tournée do álbum Cupido pelas províncias. Tivemos a ideia de fazer um show onde as receitas serviriam para apoiar essas pessoas. Não cobrei cachet e, fi-lo por pensar que devemos ser solidários. Entre a população do Cunene estão jovens e crianças que quando crescerem se recordarão que quando mais precisaram de ajuda, as pessoas foram solidárias com eles. Os bons exemplos ficam para sempre.
Considera-se religioso? Tem fé em Deus?
Eu acho que sou um indivíduo abençoado porque acredito que tudo que possuo hoje, como a minha família, o talento, o apoio dos fãs e os bens materiais, tudo isso me foi dado por Deus. Não me considero humilde mas sim consciente. Por outro lado, tive que lutar bastante para chegar até aqui. Quando estive em Nova Iorque fui lavador de carros, não porque me faltava alguma coisa em casa, mas porque tinha 18 anos e sentia a necessidade de ganhar o dinheiro do meu próprio esforço. Deixe-me dizer que lavar carros numa estação de serviço é um trabalho difícil. Também trabalhei em armazéns, numa loja McDonald’s, fiz muitos trabalhos duros. Esta experiência tirou-me a “banga”, ensinou-me a ser trabalhador e a ver que é de coisas pequenas que se fazem as grandes virtudes.
Hoje a sua carreira também lhe está a correr bem...
Essa é outra coisa que me faz acreditar que sou abençoado como artista. Sou detentor de um dos maiores recordes da música angolana, com vendas de 21 mil cópias do meu CD num único dia, a 20 dólares, das 8h às 14h. Hoje já tenho um disco de ouro. O Cupido vendeu 30 mil cópias até ao momento, a 20 dólares, não a 10 dólares como é habitual. Sei que um dia este recorde será quebrado, mas é um motivo de orgulho.
Já é possível viver apenas da música em Angola?
É verdade. Basta observar os recordes sucessivos – o Paulo Flores encheu os Coqueiros, o Yannick bateu o recorde de audiência num show ao vivo. Falando em concertos, um artista conceituado como a Yola Araújo, o Yuri da Cunha ou eu próprio, recebemos no mínimo 75 a 50 mil dólares por espectáculo. Sem falar nas vendas de CD´s, que já são altas. Definitivamente as pessoas já estão a valorizar o artista e a arte feita por angolanos. E os empresários também. Tudo o que conquistei até hoje demonstra que estava certo quando larguei a contabilidade para ser profissional de música.
Largar a contabilidade, explique melhor?
Antes de lançar o primeiro álbum eu já cantava. Mas a par disso estava no terceiro ano do curso de contabilidade e gestão. Mas já não estava a aguentar. Aquilo não era a minha onda. Vim a Angola para passar as férias e durante este período aproveitei para gravar o álbum Histórias de Amor, que foi gravado em apenas duas semanas. Lancei o CD, as coisas começaram a correr-me bem como músico e nunca mais voltei a Nova Iorque para acabar o curso de contabilidade.
Duas semanas para a gravação de todo o álbum, ou já tinha as letras e as músicas preparadas?
Não! Foram mesmo duas semanas e meia. O processo todo de produção, gravação e mistura. Quando estava na África do Sul e tinha acabado de sair da Army Music, nem sequer tinha produtor.
Sofre assédio das fãs?
Olhe, é curioso, mas eu achava-me mais atraente antes de ser famoso. Às vezes até brinco com isso. Antes de ser famoso, estava no ginásio, e achava-me mais musculoso e mais bonito. Realmente é o que o Brad Pitt diz, sempre foi mais atraente antes de ter prestígio e, as mulheres não lhe ligavam nenhuma. Depois de ser famoso, as mesmas pessoas que antes passavam por mim sem me falar, agora vivem a elogiar-me. Como se a beleza antes estivesse escondida (risos).
E como é que lida com isso?
Antes eu não sabia lidar bem com a fama e, esta incapacidade fazia com que estes assédios me trouxessem problemas no lar. Por isso é que era conhecido como o artista que mais trocava de número de telemóvel. Num ano podia trocar de número umas 20 vezes (risos). Mas agora já não permito que estas situações me tragam problemas em casa. Já sei colocar uma fã no devido lugar quando reparo que está a passar dos limites.
Tem uma vida familiar estável?
A minha esposa é muito importante na minha vida. Sou um grande admirador das suas qualidades. Ela é uma pessoa que quando preciso está sempre comigo. Não permite que eu me sinta sozinho. A minha esposa é muito inteligente, estuda medicina, é boa no que faz. Uma das coisas que aprecio é a entrega dela para me ajudar e para me fazer feliz.
Repare que ela quando se casou comigo não sabia cozinhar, nem lavar. Hoje ela faz tudo isso muito bem. Ela é muito especial para mim e, também devo dizer que sem ela, eu não seria o homem que sou hoje. Ela também me apoiou em todos os álbuns. Ajudou-me na colagem dos posters e, neste álbum ajudou-me a escrever o “Fanatismo”, participou nos vídeoclips “Domesticado” e “Sem ti não sou ninguém”. Também a voz de “Playboy Casado” é da minha esposa.
Como é que a família encara a sua carreira?
Para além da minha esposa, a minha mãe é a pessoa que mais me apoiou e uma das mais importantes na minha vida. A minha mãe é uma senhora que vive literalmente para os filhos. Está na hora de deixar de olhar por mim e passar a ser eu a olhar mais por ela. A minha mãe aturou--me e atura-me até hoje. É engraçado que por melhor que esteja financeiramente, a minha mãe está sempre aí para me apoiar em qualquer dificuldade que tenha. Se eu tiver que falar da minha mãe teria que marcar uma entrevista inteira, porque ela realmente é maravilhosa.
E a sua filha?
As pessoas às vezes dizem ao marido, à esposa, à namorada que “tu és a razão da minha vida”. Eu acho que só o fazem por não terem filhos. Quando estou cansado do trabalho olho para sorriso dela e lembro-me que é por isso que estou a trabalhar. Ela é a minha continuidade… Entrevista do Jornal O Pais
Pode perguntar-se o que está por detrás de um disco de sucesso. A música, os sons, ou as palavras? Quando olhamos para o CD Cupido de Anselmo Ralph, que vendeu 21.000 exemplares num só dia e, em apenas oito horas, a questão é ainda mais pertinente. Certamente que a mensagem positiva, a batida certa de quem quer sonhar mas também balançar o corpo, têm muito a ver com isto. Mas também um projecto de marketing estruturado, que passou pelas rádios e pelas revistas, e que levou milhares de pessoas ao lançamento. Vieram depois os espectáculos que mostraram que a sua capacidade de mobilização se mantinha.
Mas o homem que está atrás do artista também amadureceu. Apoiou-se num casamento estável, numa família que o adora e no maior à vontade em lidar com o sucesso e com as fãs. E acredita também que é abençoado por Deus. Coisas simples que o fazem acreditar que nasceu, mesmo, para ser famoso. Veremos então os discos que se seguem e a carreira nos próximos anos.
As suas letras são bastante optimistas. Procura mostrar as coisas da vida. Isso é premeditado?
Tem muito a ver com as minhas crenças e convicções. Eu guio-me pelo princípio de que devo partilhar com a sociedade tudo o que aprendo de bom. E também porque estamos numa fase de reconstrução, onde se perderam muitos valores e, é necessário reestruturar e reeducar a sociedade com bons princípios. E a juventude é certamente uma das camadas sociais mais afectada por esta crise de valores. Eu acredito que nós, artistas, temos um forte poder de influência sobre a sociedade e, principalmente sobre os nossos fãs, que muitas das vezes nos vêem como modelos. Se utilizarmos o nosso talento e a nossa influência, poderemos ajudar a mudar esta sociedade.
A música deve ter uma mensagem didáctica?
Temos de usar o nosso talento para passar mensagens capazes de ajudar as pessoas a familiarizarem-se com os problemas sociais. Se escrevermos sobre coisas positivas e darmos bons exemplos, as pessoas seguirão estes comportamentos. A música também é um meio de comunicação, de transmissão de ideias e conhecimentos. Eu procuro cumprir com este papel porque antes de ser músico, sou um cidadão angolano, orgulhoso do país.
É por isso que nas suas entrevistas, quando questionado se alguma vez posaria nú, sempre recusou veementemente tal hipótese?
Exactamente. Ao fazer isso estaria a dar entender que os princípios têm preço e a moral não tem valor. A nossa sociedade já tem bastantes problemas e desvios de carácter, como o facto da maior parte da juventude sonhar apenas com poder, o que os torna muito individualistas, levando-os a acreditar que o dinheiro pode comprar tudo. E eu ao admitir tais coisas, estaria a dar razão ao pensamento que a lei do dinheiro pode tudo e que a dignidade tem um preço. Por isso é que nem por um milhão, ou por qualquer valor, eu posaria nú.
Nunca se sentiu tentado a abdicar desses princípios? …
Tudo o que se ganha com esforço sabe bem. Hoje tenho uma vida estável e tudo o que possuo é fruto do meu trabalho. Não precisei de “galgar” por esses caminhos. Preocupo-me muito com a minha imagem e procuro mostrar que nunca devemos abdicar dos nossos princípios. Seja por dinheiro ou outro motivo qualquer.
Fez recentemente um show de beneficência para com as vítimas das cheias no Cunene. Sentiu-se bem nesse papel?
Apercebi-me da gravidade das cheias na altura em que estávamos a fazer a tournée do álbum Cupido pelas províncias. Tivemos a ideia de fazer um show onde as receitas serviriam para apoiar essas pessoas. Não cobrei cachet e, fi-lo por pensar que devemos ser solidários. Entre a população do Cunene estão jovens e crianças que quando crescerem se recordarão que quando mais precisaram de ajuda, as pessoas foram solidárias com eles. Os bons exemplos ficam para sempre.
Considera-se religioso? Tem fé em Deus?
Eu acho que sou um indivíduo abençoado porque acredito que tudo que possuo hoje, como a minha família, o talento, o apoio dos fãs e os bens materiais, tudo isso me foi dado por Deus. Não me considero humilde mas sim consciente. Por outro lado, tive que lutar bastante para chegar até aqui. Quando estive em Nova Iorque fui lavador de carros, não porque me faltava alguma coisa em casa, mas porque tinha 18 anos e sentia a necessidade de ganhar o dinheiro do meu próprio esforço. Deixe-me dizer que lavar carros numa estação de serviço é um trabalho difícil. Também trabalhei em armazéns, numa loja McDonald’s, fiz muitos trabalhos duros. Esta experiência tirou-me a “banga”, ensinou-me a ser trabalhador e a ver que é de coisas pequenas que se fazem as grandes virtudes.
Hoje a sua carreira também lhe está a correr bem...
Essa é outra coisa que me faz acreditar que sou abençoado como artista. Sou detentor de um dos maiores recordes da música angolana, com vendas de 21 mil cópias do meu CD num único dia, a 20 dólares, das 8h às 14h. Hoje já tenho um disco de ouro. O Cupido vendeu 30 mil cópias até ao momento, a 20 dólares, não a 10 dólares como é habitual. Sei que um dia este recorde será quebrado, mas é um motivo de orgulho.
Já é possível viver apenas da música em Angola?
É verdade. Basta observar os recordes sucessivos – o Paulo Flores encheu os Coqueiros, o Yannick bateu o recorde de audiência num show ao vivo. Falando em concertos, um artista conceituado como a Yola Araújo, o Yuri da Cunha ou eu próprio, recebemos no mínimo 75 a 50 mil dólares por espectáculo. Sem falar nas vendas de CD´s, que já são altas. Definitivamente as pessoas já estão a valorizar o artista e a arte feita por angolanos. E os empresários também. Tudo o que conquistei até hoje demonstra que estava certo quando larguei a contabilidade para ser profissional de música.
Largar a contabilidade, explique melhor?
Antes de lançar o primeiro álbum eu já cantava. Mas a par disso estava no terceiro ano do curso de contabilidade e gestão. Mas já não estava a aguentar. Aquilo não era a minha onda. Vim a Angola para passar as férias e durante este período aproveitei para gravar o álbum Histórias de Amor, que foi gravado em apenas duas semanas. Lancei o CD, as coisas começaram a correr-me bem como músico e nunca mais voltei a Nova Iorque para acabar o curso de contabilidade.
Duas semanas para a gravação de todo o álbum, ou já tinha as letras e as músicas preparadas?
Não! Foram mesmo duas semanas e meia. O processo todo de produção, gravação e mistura. Quando estava na África do Sul e tinha acabado de sair da Army Music, nem sequer tinha produtor.
Sofre assédio das fãs?
Olhe, é curioso, mas eu achava-me mais atraente antes de ser famoso. Às vezes até brinco com isso. Antes de ser famoso, estava no ginásio, e achava-me mais musculoso e mais bonito. Realmente é o que o Brad Pitt diz, sempre foi mais atraente antes de ter prestígio e, as mulheres não lhe ligavam nenhuma. Depois de ser famoso, as mesmas pessoas que antes passavam por mim sem me falar, agora vivem a elogiar-me. Como se a beleza antes estivesse escondida (risos).
E como é que lida com isso?
Antes eu não sabia lidar bem com a fama e, esta incapacidade fazia com que estes assédios me trouxessem problemas no lar. Por isso é que era conhecido como o artista que mais trocava de número de telemóvel. Num ano podia trocar de número umas 20 vezes (risos). Mas agora já não permito que estas situações me tragam problemas em casa. Já sei colocar uma fã no devido lugar quando reparo que está a passar dos limites.
Tem uma vida familiar estável?
A minha esposa é muito importante na minha vida. Sou um grande admirador das suas qualidades. Ela é uma pessoa que quando preciso está sempre comigo. Não permite que eu me sinta sozinho. A minha esposa é muito inteligente, estuda medicina, é boa no que faz. Uma das coisas que aprecio é a entrega dela para me ajudar e para me fazer feliz.
Repare que ela quando se casou comigo não sabia cozinhar, nem lavar. Hoje ela faz tudo isso muito bem. Ela é muito especial para mim e, também devo dizer que sem ela, eu não seria o homem que sou hoje. Ela também me apoiou em todos os álbuns. Ajudou-me na colagem dos posters e, neste álbum ajudou-me a escrever o “Fanatismo”, participou nos vídeoclips “Domesticado” e “Sem ti não sou ninguém”. Também a voz de “Playboy Casado” é da minha esposa.
Como é que a família encara a sua carreira?
Para além da minha esposa, a minha mãe é a pessoa que mais me apoiou e uma das mais importantes na minha vida. A minha mãe é uma senhora que vive literalmente para os filhos. Está na hora de deixar de olhar por mim e passar a ser eu a olhar mais por ela. A minha mãe aturou--me e atura-me até hoje. É engraçado que por melhor que esteja financeiramente, a minha mãe está sempre aí para me apoiar em qualquer dificuldade que tenha. Se eu tiver que falar da minha mãe teria que marcar uma entrevista inteira, porque ela realmente é maravilhosa.
E a sua filha?
As pessoas às vezes dizem ao marido, à esposa, à namorada que “tu és a razão da minha vida”. Eu acho que só o fazem por não terem filhos. Quando estou cansado do trabalho olho para sorriso dela e lembro-me que é por isso que estou a trabalhar. Ela é a minha continuidade… Entrevista do Jornal O Pais
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