sexta-feira, 17 de julho de 2009

A Música feita na Jamaica




Para aqueles que pensam que na Jamaica só existe reggae, Bob Marley e rastafaris, este post é especialmente dedicado.

A Jamaica, país localizado na América Central, é o berço de muitos géneros musicais. Para começar, apenas 10% da Jamaica é rastafari.

O estilo mais conhecido mundialmente é de facto o reggae, mas também temos o rocksteady, ska, dancehall, ragga, dub, e o efeito causado por eles no desenvolvimento musical de outros países, como por exemplo: o rap e o hiphop, e até mesmo a música electrónica, de certa forma.

Outro estilo surgido na Jamaica, tendo por influência as ilhas caribenhas e o Calipso, foi o Mento. Ele foi o primeiro estilo a impulsionar a criação da indústria fonográfica jamaicana, na primeira metade dos anos 50.

Influenciados pela música que estava a passar na época nos Estados Unidos (Soul e o RnB [rhythm and blues]) surgiu algo totalmente diferente do que se ouvira até então: ritmos de rituais rastafaris com o vocal do blues. Era o início de um movimento de revalorização da cultura da ilha, os tambores afro estavam a conquistar as rádios.

Quando a Jamaica finalmente se libertou da condição de colónia da Inglaterra, o novo ritmo chamado de "Ska" chegou para declarar a independência jamaicana, o grande nome deste estilo é Prince Buster e a banda Skatalites.

Era tocado com instrumentos de sopro (sax, trombone, trompete). Tocaram com os maiores talentos que estavam a surgir na ilha, inclusive com o Bob Marley.

Uma série de factores culturais e geográficos fizeram esta música "Ska" evoluir: a ilha era pequena e pobre, não havia participação de gravadoras multi-nacionais, não se gravavam álbuns inteiros (LPs) apenas compactos de 7 polegadas (com uma ou duas faixas de cada lado).

Assim, a produção e divulgação das músicas era tão ágil que as faixas eram gravadas e mixadas durante a manhã, prensadas à tarde e tocadas à noite nos bailes, os "sound systems" (sistemas de som), onde só precisava haver um simples toca-discos ligado a uma ou duas caixas de som, mas que tinha potência suficiente para colocar todos a dançar.

Por tudo isso, no verão de 1966, o Ska seria substituído no coração do público da ilha por uma nova batida, o Rocksteady. Mais lento que o Ska, e com o piano e baixo proeminente (lembra até mais o Blues).

Os grandes nomes do estilo: Alton Ellis e Ken Boothe. Com as suas composições relacionadas à batida e ao protesto social, a música serviu como um precursor ao reggae. Daí viria então o tão famoso reggae, nos final dos anos 60.

O ritmo divide-se em dois subgéneros, o "roots reggae" (o reggae "original") e o "dancehall reggae", que é originário da década de 70. Uma das características do reggae é a crítica social, como por exemplo cantar a desigualdade, o preconceito, a fome e muitos outros problemas sociais, um modo de alertar e incentivar o povo a mobilizar-se contra os seus problemas.

Depois do reggae, viriam o dancehall e o dub. Caracterizado por um DJ ou MC, que canta e produz as próprias batidas com recursos musicais do reggae. Isto, claramente, em plenos anos 70, é o início do rap e do hip hop: rimas, DJs, batidas electrónicas ou não.

O Dub, outro estilo jamaicano, já seria com toda a certeza o início do famoso "Remix" (tirar pedaços de uma música, dar ênfase a outras partes) que se fazem constantemente em diversas músicas hoje em dia (grandes nomes do início do dub: Lee Perry e King Tubby).

E isso era pleno final da década de 60. A música electrónica também já estava a ter o seu pequeno início lá na Jamaica, nesta minúscula ilha de uma absurda diversidade musical sem fim.

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