quinta-feira, 23 de julho de 2009

Um ídolo, uma história




" Ídolos... Ídolos são como marcas na história e no tempo. Eles se vão, mas seu legado, seu exemplo, sua história e trabalho permanecem. O cantor Michael Jackson, que nos deixou recentemente, é um exemplo disso.

Com uma história de vida de muito talento, trabalho duro e momentos de sofrimento e dor em família, o caçula dos Jacksons fez sua passagem com o brilho e polêmicas dignas de todo super astro da música. Para muitos um artista completamente lunático, excêntrico, cheio da grana e também de problemas psicológicos. Para outros um verdadeiro gênio da música e da dança, incompreendido por sua época. Na realidade, podemos dizer que ele foi tudo isso... E talvez mais um pouco.

Todos nós, pessoas comuns, que não possuímos a fama e o destaque dos grandes astros da música ou esporte, sabemos o quanto o dinheiro mexe com a cabeça das pessoas. Alguns conseguem lidar com a riqueza de forma sadia e administrar seus bens (e principalmente sua mente) com mãos de ferro e disciplina. Mas, em sua maioria, nós, seres humanos, não conseguimos lidar bem com os excessos, muito menos com o excesso de dinheiro e o poder que ele nos fornece. Michael, na minha opinião, foi uma vítima do excesso de poder... Somando a isso o fato de uma infância realmente traumática - com a presença de um pai disciplinador e carrasco, que batia nos filhos, cobrando e exigindo de crianças uma postura adulta - temos como resultado um homem de extrema potencialidade criativa artística, mas totalmente conturbado, envolvido em sentimentos de ódio, medo, insegurança e baixíssima auto-estima. Um homem traumatizado, sedento por uma liberdade que nunca teve.

A minha impressão pessoal a respeito de Michael Jackson é de que ele foi, sem dúvida nenhuma, um dos maiores talentos de todos os tempos da música. Suas extravagâncias o prejudicaram. A mídia - e todos sabemos do poder que ela tem, tanto para construir, quanto para destruir - sempre buscou como foco principal, os escândalos que surgiram em torno dele. Isso não é nenhuma novidade. Nos dias de hoje, infelizmente, a "imprensa marrom" vem despontando. É um reflexo do momento em que passa a humanidade. Tudo é reflexo...

Num mundo onde valemos mais o que temos, do que o que somos, Michael construiu sua trajetória como artista. Influenciado por uma cultura feroz, onde a beleza física e o poder do dinheiro movimentam o mundo, e por um pai visionário e cruel, ele, desde muito pequeno, só vislumbrava ao seu trabalho. Não viveu sua infância. Ela passou rápida, mas a tristeza que veio com ela nunca passou.

Para muitos, Michael Jackson era um doente. Eu arrisco afirmar que o maior doente, na realidade, foi e continua sendo seu pai. Em verdade, Michael sempre foi incompreendido. Sua paixão pelas crianças, seu carinho e seu desvelo por elas, sempre foram mal interpretados. Muitos se aproveitaram da ingenuidade dele. Alguns casos envolvendo o artista e menores de idade foram claramente forjados e, com o apoio da mídia, ganharam grandes proporções.

Michael era um homem de bom coração. Desde o primeiro especial que acompanhei dele, o qual mostrava momentos de intimidade e entrevistas, sentia que aquele homem, com uma alma de criança, tinha a vontade de tornar o mundo mais bonito. Um mundo de paz, diversão e afeto. Ele sonhava com isso. Sonhava com o dia em que todas as pessoas tivessem mais carinho e amor uma pelas outras, mas em especial por nossas crianças e jovens. Pra mim, além da qualidade superior de seu trabalho musical, esse foi o maior legado de Michael Jackson "

Texto escrito por Noise D (Central HH)

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