De minha parte, do que penso, foi em tudo. Mas infelizmente são poucos os que são da New School em R&B que seguem os bons princípios e ideais fundados há décadas. Como deves saber o R&B (Rythm and Blues) surgiu sob influência do juntar de vários estilos musicais, tanto negros como brancos. Jazz, Blues, Gospel, rock, etc. E desta forma fez com que houvesse um repartir de influências e ideiais. Na parte que me toca, como é óbvio, vivo r&b por influências mais actuais e contemporâneas, ou seja, de R. Kelly, Boyz II Men, Michael Jackson, Jodeci, Marvin Gaye, Otis Redding, Dru Hill, K-CI & Jojo, Next, Silk, etc...
Epá são centenas de grupos e vozes que poderia aqui mencionar. Mas o mais importante, o legado que logo salta aos meus olhos, são exactamente os sentimentos "colados" na música destes artistas, a verdade das coisas por eles cantadas, e assim contadas. Um exemplo: Os K-Ci & Jojo (ex Jodeci) são um grupo r&b que muito falam sobre traição (tanto da mulher como do homem), sobre solidão e a busca de um amor que parece não chegar. Bem...isto é muito deles, principalmente do K-Ci.
Sabemos como o homem é com as mulheres, um puro Marvin Gaye. Não consegue estar numa só relação como deve ser (ex. Mary J. Blige) e isso nota-se na música do grupo. Há verdade no que dizem. Assim como temos os Boyz II Men...puro amor, verdadeiro, há lamentos é verdade, há coisas que não funcionam em qualquer relação, mas acima de tudo há um sentimento de esperança em toda a música deles, isto muito influenciado pela educação Cristã que eles tiveram. E depois temos também aquele que é por muitos considerado o rei do r&b, senhor R. Kelly. Esta de ser considerado rei do r&b é só porque o Michael há décadas que passou a ser King of Pop senão o R. Kelly ficava em segundo.
Mas epá...se reparares a música do R. Kelly é muito parecida da do Michael no que diz respeito aos ideais e temas. Ambos como artistas, na música deles como na vida, parecem viver (infelizmente o Michael já não se encontra connosco) num género de Purgatório. Ou seja, entre o Bem e o Mal, entre a lucidez e o devaneio, entre o Céu e o Inferno. Em algumas músicas muito amor verdadeiro para dar, em outras muito playas, e em outras mais, muito "a vida é bela, vamos salvar o mundo, olhemos uns para os outros como irmãos, etc". Assim como depois no mesmo disco vês os mesmos a dizer "fuck da world and who don´t love me, fuck who hate me!!"
Mas ya... aquilo “é tudo” eles no seu dia-a-dia, e isso é o mais importante como artistas. Não respeito vídeos de manos a sair com gajas todas boas, lindas, grandes carros e tal quando na vida real as vezes nem têm carro, as gajas que apanham na realidade do seu dia-a-dia são dragões e vão poucas vezes á disco porque o “l´argent” não chega. Epá... cenas reais por favor, alugue-se um autocarro da carris, pega-se no passe L123 (eu tenho o L12..[risos]) e faça-se um vídeo que mostre o que realmente se é.
Só assim consegue-se chegar melhor ás pessoas porque não só fala-se do que nos absorve no dia-a-dia assim como mostra-se o que realmente se é ao pé delas, ou seja, iguais a elas. Mas ya...basicamente... Gosto mais, isso sem dúvida, de r&b dos anos 90 e princípio de 00 (músicos mais “actuais”, assim como principalmente os fundadores, desde a década de 50/60), os artistas eram muito mais sinceros e verdadeiros. Hoje para se chorar num som que uma gaja nos pôs cornolitos anda-se com jipes, e mercedes e mais relógios de ouro.
Epá, neste caso para eu mostrar o quanto sofro por uma mulher tenho que comprar uns bons carros, abrir umas quantas garrafas de bom champanhe e colocar umas gotas nos olhos para fingir que choro... Aight! Enfim, respondendo directamente á pergunta: para mim a Old School influenciou (ou muito deveria assim o ter) a New school com músicas que eram o florescer e materializar da alma e todas as suas verdades em instrumentalizações, vozes e letras. Pelo menos para mim assim o é e vai continuar a ser.
Paz. Lyht
Este texto foi escrito por Lyht (cantor de RnB/Soul Tuga), para o blog Naçao HipHop.
ANDREIA QUARESMA
BLACK VIBE
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